de 5 de Novembro a 17 de Dezembro
Em Lisboa, na Casa da Comarca de Arganil
(Rua da Fé, nº 23)
em 1993 numa noite invernosa nas avenidas novas, que já foram novas porque foram construídas pelo estado novo, mas hoje estão velhas, como estava o estado novo quando se derreteu no carmo como manteiga na leitaria… precisamente no dia em que a dona da casa tivera uma trabalheira a transportar as mobílias todas no meio da confusão daquele povo todo e das chaimites, uma espécie de tanques mas com cravos… “três mulheres em torno de um piano” desvendam(-se) entre o surrealismo da verdade bizarra e a bizarria do surreal verdadeiro: a senhora bondosa, que aquartelou num dos seus lares um coronel a quem a filha queria ficar com o recheio da casa todo, à espera que dali a nem 10 anos se privatizem as misericórdias, haja livre circulação de velhinhos e acabe a concorrência desleal dos lares do estado… embirra com a minhota que quando era pequeninha fugia para os silvados com o primo zeca, mas viveu na foz do douro com os primos que comiam enguias às terças dia par e barriga de porco às terças dia ímpar, graças aos garibaldis que desaguaram na foz do douro e até lhe ofereciam barquilhos na praia do homem do leme… mais uma outra que ficou sem luz, toda a tremer, enquanto as colegas estavam de folga, mas apanhou um porsche em segunda mão a um jogador do sporting no kremlin, para o tozá, que assim se chama durante o dia na oficina, mas é o seu mike, com quem ela investiga para nsa a queda do muro de Berlim, embora gostasse de ser cantora de cabaré, que era bué de fixe para…”três mulheres em torno de um piano” a quem, depois do riso macabro, as actrizes nos remetem para a imagem invertida com que nos olhamos ao espelho… embora tudo seja possível por causa do chamado acto primordial, que freud explica muito bem numa vulgata qualquer, mas quem quiser vá lá ver!
Marcação de bilhetes: aqui ou telefone 969039802 das 13 às 21 horas.
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