UM DOMINGO "À ALVIM"
Da Feira do Relógio ao bar Oslo, no Cais do Sodré, com um passeio de barco pelo meio, uma tarde em Lisboa com o radialista Fernando Alvimpor Joana Flora
fotografias de Nuno Fox
Ao domingo, Fernando Alvim gosta de ficar em casa a hibernar e a ressacar. Mas, desafiado a sair com o Expresso, pensou em transformar o típico "passeio dos tristes" em algo mais... original. Atividades que nada tivessem a ver com a sua rotina, como fazer um piquenique ou andar de patins, integravam as propostas que nos fez. No final cumprimos os objetivos, exceto (quase) todos aqueles que estavam antes acordados. "Este é um domingo como eu gostava que fosse. Vamos começar pela Feira do Relógio", propõe Alvim, tirando o capacete.
Vem ao nosso encontro na sua moto Honda Hornet, que, tal como ele, também é acelerada. Por cada rotação, uma nova ideia surge-lhe na cabeça, e para o acompanhar a única solução é correr. "Vim de fato de treino porque é assim que se anda no fim de semana. Mas na mala trouxe um casaco para mudar, se formos a um sítio mais fino".
Seguimo-lo até ao início da feira, que se situa entre o supermercado Feira Nova, em Chelas, e a Avenida Marechal Gomes da Costa. "Eu nunca vim à Feira do Relógio, mas gosto de feiras. Descubro sempre uma ou outra marca nova, desde os Naike aos Reiban", confessa, adiantando-se para uma banca de boxers e sutiãs. "Atão, mas de que matéria vão falar c'umas cuecas na cabeça?", pergunta o feirante, quando Alvim lhe pede para tirar uma fotografia junto à banca, enfiando uns boxers pelo cabelo (acabaria por tirar outra com um sutiã).
"Olhó Alvim, Olhó Alvim!", grita alguém, e gera-se o êxtase na feira. Numa banca de óculos de sol não nos deixam fotografar. "Amigos, aqui não dá pa tirar fotos. Estas marcas são doidas", justifica a comerciante. Doidas ou não, o passeio vale a pena, seja para admirar o cenário ou para comprar os tais óculos a €5.
DE BARCO NO CAMPO GRANDE
A feira acaba quando o relógio marca as 14h. Próxima paragem: Parque das Nações, Para relaxar o corpo e o espírito, Alvim escolhe o Medithai — Centro Tailandês de Massagens Terapêuticas. "De 15 em 15 dias, é aqui que trato as minhas vértebras. Faço questão de entrar bem devagar pelas portas de vidro, como se estivesse envolvido numa bolha espiritual".
Há a massagem Thai de 50 minutos, que custa €35, de 80 minutos (€45) ou de 110 minutos (€70). "A massagem é de corpo inteiro e é baseada em alongamentos, pressões localizadas e torção. Serve para eliminar tensões acumuladas e desbloquear canais de energia", explica Diogo, enteado de Nini, a proprietária do centro, que tem outro espaço em Matosinhos.
Das 10h às 22h, e desde que se marque com antecedência, os clientes têm direito a tudo: a massagem é feita com os cotovelos, as mãos e até... os pés.
Ainda na Expo, Alvim sugere tentar entrar furtivamente no hotel que está a ser construído na Torre Vasco da Gama, o Myriad by Sana Hotels, e subir até ao topo. Como não conseguimos, consolamo-nos com a vista do teleférico (€5,90, ida e volta), que vale bem a pena "Gosto desta zona As casas têm janelas largas, com muita luz. Estou a pensar mudar-me para aqui e sair de Campolide", revela.
Depois do Parque das Nações, cumprimos por fim um ponto do plano traçado de início: o coapresentador do programa "Prova Oral", na Antena 3, tinha proposto um passeio nos barquinhos do Campo Grande e tentar pescar um robalo. "Sabem aquela regata que vai haver, do João Lagos [a Volvo Ocean Race]? O meu sonho é destroná-la e fazer uma gincana com estes barquinhos no mesmo dia"
Se os potenciais participantes manobrarem tão bem quanto ele, o fracasso está garantido. "Estou a andar a uma velocidade estonteante! Nasci para remar", brinca, pouco antes de esbarrar num rebordo do lago. Quem o vai resgatar é António Cardoso, que toma conta dos barcos há 40 anos, mas acredita que eles estão no Campo Grande há mais de 100. Por €5, há direito a meia hora de brincadeira salvamento incluído.
Não satisfeito, Alvim sugere uma ida até ao Martim Moniz. "Temos de ir lá comprar bálsamo de tigre. Tem várias aplicações, mas eu uso-o essencialmente para pôr à volta dos olhos. Aquilo arde e eu acordo!" Mas, azar ou sorte a nossa, o centro comercial encontra-se fechado ao domingo.
São 17h30 e o radialista pensa num local para lanchar. Acaba por decidir-se por um espaço nada apropriado para tomar o chá das cinco. "Vamos até ao Oslo, no Cais do Sodré. Reparei que há sempre umas senhoras dispostas a dar uma mão de conversa e quem sabe um pouco mais de carinho...", brinca. O bar abre às 14h e até às 21h uma imperial fica a €1,50. Entre os néons azuis e vermelhos e uma nuvem de fumo, ninguém acaba a lanchar sozinho no Oslo.
olha podias ter ido ao SOU é um espaço engraçado... Balsamo de tigre á volta dos olhos? no minimo surreal! Obrigadinho por neste domingo de chuva me teres tirado de casa (em ilusão) e me teres levado a Lisboa que para mim é só a cidade mais bonita do mundo!
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