Sunday, April 29, 2012

UM DOMINGO "À ALVIM" - Artigo de Joana Flora, na Revista do Expresso desta semana


UM DOMINGO "À ALVIM"  
Da Feira do Relógio ao bar Oslo, no Cais do Sodré, com um passeio de barco pelo meio, uma tarde em Lisboa com o radialista Fernando Alvim
por Joana Flora
fotografias de Nuno Fox


Ao domingo, Fernando Alvim gosta de ficar em casa a hibernar e a ressacar. Mas, desafiado a sair com o Expresso, pensou em transformar o típico "passeio dos tristes" em algo mais... original. Atividades que nada tivessem a ver com a sua rotina, como fazer um piquenique ou andar de patins, integravam as propostas que nos fez. No final cumprimos os objetivos, exceto (quase) todos aqueles que estavam antes acordados. "Este é um domingo como eu gostava que fosse. Vamos começar pela Feira do Relógio", propõe Alvim, tirando o capacete.  

Vem ao nosso encontro na sua moto Honda Hornet, que, tal como ele, também é acelerada. Por cada rotação, uma nova ideia surge-lhe na cabeça, e para o acompanhar a única solução é correr. "Vim de fato de treino porque é assim que se anda no fim de semana. Mas na mala trouxe um casaco para mudar, se formos a um sítio mais fino".  

Seguimo-lo até ao início da feira, que se situa entre o supermercado Feira Nova, em Chelas, e a Avenida Marechal Gomes da Costa. "Eu nunca vim à Feira do Relógio, mas gosto de feiras. Descubro sempre uma ou outra marca nova, desde os Naike aos Reiban", confessa, adiantando-se para uma banca de boxers e sutiãs. "Atão, mas de que matéria vão falar c'umas cuecas na cabeça?", pergunta o feirante, quando Alvim lhe pede para tirar uma fotografia junto à banca, enfiando uns boxers pelo cabelo (acabaria por tirar outra com um sutiã).  

"Olhó Alvim, Olhó Alvim!", grita alguém, e gera-se o êxtase na feira. Numa banca de óculos de sol não nos deixam fotografar. "Amigos, aqui não dá pa tirar fotos. Estas marcas são doidas", justifica a comerciante. Doidas ou não, o passeio vale a pena, seja para admirar o cenário ou para comprar os tais óculos a €5.  


DE BARCO NO CAMPO GRANDE  

A feira acaba quando o relógio marca as 14h. Próxima paragem: Parque das Nações, Para relaxar o corpo e o espírito, Alvim escolhe o Medithai — Centro Tailandês de Massagens Terapêuticas. "De 15 em 15 dias, é aqui que trato as minhas vértebras. Faço questão de entrar bem devagar pelas portas de vidro, como se estivesse envolvido numa bolha espiritual".  

Há a massagem Thai de 50 minutos, que custa €35, de 80 minutos (€45) ou de 110 minutos (€70). "A massagem é de corpo inteiro e é baseada em alongamentos, pressões localizadas e torção. Serve para eliminar tensões acumuladas e desbloquear canais de energia", explica Diogo, enteado de Nini, a proprietária do centro, que tem outro espaço em Matosinhos.  

Das 10h às 22h, e desde que se marque com antecedência, os clientes têm direito a tudo: a massagem é feita com os cotovelos, as mãos e até... os pés.  

Ainda na Expo, Alvim sugere tentar entrar furtivamente no hotel que está a ser construído na Torre Vasco da Gama, o Myriad by Sana Hotels, e subir até ao topo. Como não conseguimos, consolamo-nos com a vista do teleférico (€5,90, ida e volta), que vale bem a pena "Gosto desta zona As casas têm janelas largas, com muita luz. Estou a pensar mudar-me para aqui e sair de Campolide", revela.  

Depois do Parque das Nações, cumprimos por fim um ponto do plano traçado de início: o coapresentador do programa "Prova Oral", na Antena 3, tinha proposto um passeio nos barquinhos do Campo Grande e tentar pescar um robalo. "Sabem aquela regata que vai haver, do João Lagos [a Volvo Ocean Race]? O meu sonho é destroná-la e fazer uma gincana com estes barquinhos no mesmo dia"  

Se os potenciais participantes manobrarem tão bem quanto ele, o fracasso está garantido. "Estou a andar a uma velocidade estonteante! Nasci para remar", brinca, pouco antes de esbarrar num rebordo do lago. Quem o vai resgatar é António Cardoso, que toma conta dos barcos há 40 anos, mas acredita que eles estão no Campo Grande há mais de 100. Por €5, há direito a meia hora de brincadeira salvamento incluído.  

Não satisfeito, Alvim sugere uma ida até ao Martim Moniz. "Temos de ir lá comprar bálsamo de tigre. Tem várias aplicações, mas eu uso-o essencialmente para pôr à volta dos olhos. Aquilo arde e eu acordo!" Mas, azar ou sorte a nossa, o centro comercial encontra-se fechado ao domingo.  

São 17h30 e o radialista pensa num local para lanchar. Acaba por decidir-se por um espaço nada apropriado para tomar o chá das cinco. "Vamos até ao Oslo, no Cais do Sodré. Reparei que há sempre umas senhoras dispostas a dar uma mão de conversa e quem sabe um pouco mais de carinho...", brinca. O bar abre às 14h e até às 21h uma imperial fica a €1,50. Entre os néons azuis e vermelhos e uma nuvem de fumo, ninguém acaba a lanchar sozinho no Oslo.  

1 comment:

  1. olha podias ter ido ao SOU é um espaço engraçado... Balsamo de tigre á volta dos olhos? no minimo surreal! Obrigadinho por neste domingo de chuva me teres tirado de casa (em ilusão) e me teres levado a Lisboa que para mim é só a cidade mais bonita do mundo!

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