Cartão Jovem – 25 Anos
Muito antes de existir o cartão Dominó, do cartão Fnac, do cartão Fast Galp, do cartão Continente, do cartão Médis, do cartão Clube Amigos Disney e possivelmente até antes de existir o cartão amarelo e o vermelho, existiu o Cartão Jovem.
E eu lembro-me bem disso e da ânsia que eu tinha em perceber os descontos que aquilo me dava. Num livrinho que me ofereciam juntamente com o cartão, constavam todos os descontos que eu podia usufruir e eu imaginava-me a aproveitar cada um deles: 10% na compra de material desportivo, uma pizza grátis na compra de outra, bilhetes mais baratos para o cinema, para os grandes derbies e obviamente para os transportes onde sempre o usava.
Passaram 25 anos e as pessoas deixaram de perguntar se eu tinha Cartão Jovem antes de fazer uma compra. As pessoas deixaram de me olhar como um jovem que precisa de descontos, de todo o tipo, do Cartão Jovem e até de outro tipo de descontos por aquilo que se faz e diz e se deve fazer e dizer enquanto se é jovem. Daí que ainda hoje, quando falo com os meus progenitores e lhes revelo uma ideia menos convencional, é usual ver a minha progenitora dizer em tom resignado “Ai rapaz, precisas mesmo de um desconto”.
E de facto preciso, porque a coisa mais triste que me aconteceu depois dos meus 25 anos nunca foi falta de emprego – não foi não - nunca foi falta da infância passada – nem pensar nisso! – nunca foi falta da inocência perdida nem dos meus amigos lá da rua – fez, mas não assim tanto! - o que me fez falta mesmo, foram os descontos do Cartão Jovem raios, porque a partir daí, a partir dos 25 anos, parece que se convencionou na sociedade que os adultos não podem ter direito a descontos, quando mais do que nunca, é justamente a partir daí que eles mais nos fazem falta. De tal modo que reivindico aqui o cartão adulto – e estou de mão em riste e a falar histericamente como o major Valentim Loureiro - que nos dará monumentais e afortunados descontos para gozarmos também a nossa idade de adulto, 50% num jantar no Gambrinus, 25% na compra do novo modelo da Audi, 70% num cruzeiro para as Maldivas, 80% para ver o strip da Fabiana no Viking, 90% para todos os concertos, livros, DVD’s e SPA’s em geral.
Daí que tenho sido uma honra para mim e julgo que para Nuno Markl e José Luís Peixoto – curiosamente dois dos melhores amigos – ter sido convidado juntamente com eles para sermos a cara de um Cartão Jovem comemorativo de tamanha efeméride: Os 25 anos do Cartão Jovem.
Todos eles devidamente personalizados - cada um com as suas ajudas - o meu com a habitual e imprescindível colaboração de Alberto Quintas a quem não tenho muitas mais palavras para agradecer a não ser uma, que é esta: obrigado.
E sendo assim, aqui fica o resultado, não só do meu, mas dos 3 cartões que acabam de sair, de forma a que ninguém esqueça o quanto o Cartão Jovem foi importante para tantos e ainda hoje significa muito para muitos. Parabéns à Movijovem, parabéns ao Cartão Jovem e parabéns ao Presidente desta instituição – João Paulo Rebelo – o Presidente que mais sabe de música indie de sempre daquela instituição e que tão depressa está de gravata como de jeans e T-shirt para irmos para o Bairro Alto. A ele – em nome também do Peixoto e do Markl – o agradecimento sentido por nos ter associado a esta data.
Parabéns Cartão Jovem!
bem, se houvessem mais cartões eu não quero imaginar o tamanho daquele parágrafo
ReplyDeleteesses cartões de edição limitada fazem-se em todos os sitios onde se faz Cartão Jovem?