Umas férias
Férias inesquecíveis? Quando a minha mãe me deixava na aldeia em casa dos meus avós e eu chorava todos os dias desejando a sua morte para que não pudesse voltar a abandonar-me.
Uma ideia
Deixar de ter ideias e começar a realizá-las, uma a uma. Para avaliar como as boas ideias tendem em tornar-se péssimas.
Uma paixão
Quando era novo e passeava sozinho pela Caparica apaixonava-me por grupos de raparigas. Uma parte delas já deve ter falecido.
Uma curiosidade
O meu pai, um homem livre, aconselhava-me: com as mãos dás-lhe o aperto que queres.
Uma pergunta
Na Baixa do Porto ouvi este verbo de que continuo a desconhecer o significado: refoder.
Uma resposta
Uma senhora vienense apaixonou-se por Freud enquanto era psicanalisada. Certa tarde perguntou-lhe: O senhor professor não acha que resolvíamos este problema com maior brevidade se nos deitássemos no divã. Ao que Freud teria respondido: deitarmo-nos é fácil, o problema está em levantarmo-nos.
Uma lição
Quando se é novo não precisamos de dinheiro para quase nada. Mais tarde precisamos de dinheiro para quase tudo.
Uma aventura
Moscovo. Café-restaurante-discoteca Étage. Aberto vinte e quatro horas. Incomparavelmente mais vodka do que água. Mulheres de saltos altos. Tipos mafiosos. Convido duas amigas para virem para o meu hotel para lhes fotografar os pés. Cinco minutos depois de chegar ao quarto, uma delas dá-me um golo de champanhe e eu desmaio de imediato. Quando acordo a carteira, a mala, está tudo espalhado pelo chão. Volto a adormecer.
Um segredo
Quando o meu avô Basílio chegou da América trazia, entre pianos, violinos e candelabros, uma mala com notas americanas. Quando foi a um banco depositá-las o gerente mandou chamar a polícia por nunca ter visto tanto dinheiro e tão bem arrumado. O meu avô sentiu-se ofendido e regressou à América. Com a mala.
Genial. É por ele ser assim - sem filtros nem merdas - que o adoro!!!
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