Em portugal toda a gente tem uma ideia para organizar qualquer coisa, mas a vontade em fazê-lo nem sempre é suficiente para a tornar real. Organizar um evento não é uma coisa simples e por vezes pode tornar-se um fiasco, mas mesmo assim, há sempre alguém que nos entra pelo café adentro e nos diz em tom inflamado “ Tive uma ideia genial!”. E a ideia genial é invariavelmente organizar qualquer coisa. Um amigo meu diz-me que qualquer ideia, deve compreender uma serie de factores que passam por surpreender os participantes. É exactamente como escrever o argumento para uma novela: se não existir uma trama, um conflito qualquer que nos faça ajeitar no sofá, não terá valido a pena. E num qualquer evento, se não existir um qualquer factor diferenciador que provoque a surpresa de todos os presentes, suspeito bem que vamos pelo mesmo caminho. Os casamentos encontram-se assim. Sem surpresa. E talvez por isso, começam a ser assustadoramente previsiveis. Primeiro, a cerimónia na igreja. Depois, a espera no exterior da mesma pelos noivos, enquanto a maioria fuma um cigarro. E chegados aqui, segue-se para uma quinta ou herdade, para aí ficarmos até ao final. E basicamente – que eu me lembre - é isto. No final da noite, há um dj que passa o emblemático tema “ follow the leader”, o noivo invariavelmente está bêbado e a noiva suspeita que a noite de núpcias não será igual ao que haviam vaticinado. E é isto. O casamento dura 5 anos e no final deste período, há um que regressa a casa dos pais e outro que se junta com mais alguém, que jura a pés juntos, nunca ter tido nada durante o tempo que durou o casamento.
Ora, os casamentos padecem do mesmo problema do futebol, isto é: continuam a não aproveitar as novas tecnologias. E se no futebol, se fala muito da possibilidade da criação de um quarto elemento, que possa estar atento aos lances mais duvidosos através das imagens. Nos casamentos, as novas tecnologias podem ser usadas para tornar mais dinãmico ou então – e isso muitas vezes acontece – admite-se desde logo um terceiro elemento que ninguém suspeita. Mas isso faz-se ainda muito pouco. E isto porquê? Porque não nos sabemos organizar. Daí que não seja à toa que uma das expressões mais ouvidas no nosso léxico verbal seja precisamente “ organizem-se!”
E sendo assim, como pode um país organizar qualquer coisa, se ele próprio não se organiza? Pois claro que pode. E quando isso acontece, fazemos todos uma grande festa como quando queremos encontrar um papel muito importante no escritório e quase por milagre, o encontramos. E esta é a nossa sorte, a nossa grande fortuna, porque invariavelmente acabamos sempre por encontrar o que procuramos mesmo que seja à rasquinha, como nos filmes do Macgyver em que a bomba é desactivada quando se preparava para mandar a abaixo uma fábrica antiga e escura. E isto – esta coisa do à rasca - por incrível que pareça, pode ser bom. Porque é tanta a intensidade com que buscamos o que perseguimos, que acabamos não só por consegui-lo, como fazer de uma coisa que para outros seria normal, algo de absolutamente extraordinário. Portugal continua a estudar para os exames na noite anterior e muitas das vezes, para surpresa de todos, acaba por tirar a melhor nota. Porque aprendemos rápido e embora não tenhamos dormido toda a noite, vamos com a matéria fresca na ponta da linha e 3 cafés de um só tomo. E talvez por isso, não sei se outro sistema poderia funcionar no nosso país. Não creio. Porque na nossa desorganização nós encontramos a esferográfica que procurávamos, porque mesmo no limite do tempo conseguimos que ainda nos deixem entrar para entregar os papeis. E por isso gosto tanto de Portugal, porque nenhum país do mundo se organiza, precisamente, não se organizando.
Ora, os casamentos padecem do mesmo problema do futebol, isto é: continuam a não aproveitar as novas tecnologias. E se no futebol, se fala muito da possibilidade da criação de um quarto elemento, que possa estar atento aos lances mais duvidosos através das imagens. Nos casamentos, as novas tecnologias podem ser usadas para tornar mais dinãmico ou então – e isso muitas vezes acontece – admite-se desde logo um terceiro elemento que ninguém suspeita. Mas isso faz-se ainda muito pouco. E isto porquê? Porque não nos sabemos organizar. Daí que não seja à toa que uma das expressões mais ouvidas no nosso léxico verbal seja precisamente “ organizem-se!”
E sendo assim, como pode um país organizar qualquer coisa, se ele próprio não se organiza? Pois claro que pode. E quando isso acontece, fazemos todos uma grande festa como quando queremos encontrar um papel muito importante no escritório e quase por milagre, o encontramos. E esta é a nossa sorte, a nossa grande fortuna, porque invariavelmente acabamos sempre por encontrar o que procuramos mesmo que seja à rasquinha, como nos filmes do Macgyver em que a bomba é desactivada quando se preparava para mandar a abaixo uma fábrica antiga e escura. E isto – esta coisa do à rasca - por incrível que pareça, pode ser bom. Porque é tanta a intensidade com que buscamos o que perseguimos, que acabamos não só por consegui-lo, como fazer de uma coisa que para outros seria normal, algo de absolutamente extraordinário. Portugal continua a estudar para os exames na noite anterior e muitas das vezes, para surpresa de todos, acaba por tirar a melhor nota. Porque aprendemos rápido e embora não tenhamos dormido toda a noite, vamos com a matéria fresca na ponta da linha e 3 cafés de um só tomo. E talvez por isso, não sei se outro sistema poderia funcionar no nosso país. Não creio. Porque na nossa desorganização nós encontramos a esferográfica que procurávamos, porque mesmo no limite do tempo conseguimos que ainda nos deixem entrar para entregar os papeis. E por isso gosto tanto de Portugal, porque nenhum país do mundo se organiza, precisamente, não se organizando.
great! genial como portugal :)
ReplyDeleteGrande e senhor Fernando Alvim, artista da multimédia e onda-média e coiso; Tu tens um medo do caraças dos casamentos não é?? Falemos então do tema CASAMENTO, já em antigos “post” mostras-te hummm.. pavor ao casamento, mas porquê “amigo”?? Eu vivi em grande dos meus 16 aos 26 uns 10 anos de f…er a torto e a direito, e até esguelha e “oi que bom F0f3-s4!” mas após ou até mesmo antes pensava mas que c4r4anho nunca mais vou querer ver este bicho á minha frente, ou porque falava como o camandro, ou porque não aparava a coisa no seu modo mais socialmente aceitável ou porque enfim, nos dias de cerveja a 100paus a escolha no fim era mais ou menos aleatória.
ReplyDeleteParava e pensava estou a dar parte mim a este bichos… e logo, logo de seguida não pensava mais na coisa e a história repetia no dia seguinte ou até mesmo nas prx horas seguintes (á garanhão!?).
Mas sem falar mais na vantagens falemos agora na minha vantagem, apenas falo das minhas experiências, o meu casamento é que de melhor aconteceu em mim, fiquei mais novo, mais saudável e mais selectivo, ou seja abrandei, não deixei de fazer o que fazia, simplesmente não se f… a torto, é mais em todo lado, talvez não na quantidade desejada, mas … fiquemos por aqui.
E já sei que no dia seguinte e nas horas seguintes, vou contar com ela para quase tudo, não tenho nem quero ter o casamento ideal ou o perfeito, mas caramba se encontras a pessoa certa, e não exista pressões familiares e filhos do tipo fosga-se e coiso assimilares a coisa corre muito bem.
Tenho um lema,
Quero experimentar QUASE tudo na vida.
E já experimentei o casamento.
E de seguida tenho outro lema;
Ontem estive bem com…, hoje estou bem com…, e amanhã quero e logo se vê.
Forte abraço
É esse o espírito tuga! Porque, mesmo "em cima do joelho", somos os maiores! Nós podemos tudo!....
ReplyDeleteE se correr mal... cá estaremos para por as culpas em alguém!!! Sim, que para além de desorganizados somos exímios culpadores!!! Podemos não saber a solução, mas definitivamente temos de encontrar um culpado!!!!
Beijinhos,
T
P.S.: Gosto muito dos teus textos!!!
Só uma coisa... O que é que a foto tem a ver com a notícia? LOL
ReplyDeleteBeijinhos
Sempre pensei que fosses um romântico e muito me surpreendeu o teu comentário sobre o casamento. No entanto, acho que é um excelente raio-x, na maioria dos casos... Infelizmente.
ReplyDeleteMas, como dizia o nosso Herman, "Não percas a esperança. A vida è bela" :)
Sabes...
ReplyDeleteE depois há o caso de Loiras de naturalidade alemã que, por entre burocracias e papéis consulares, casam com portugueses e aguentam 9 anos de "desorganizem-se" até se atingir a perfeita organização que implica novos papéis e burocracias para desfazer o que foi feito. Fantástico! I just love Portugal! I do, really!
ReplyDeleteisto dá que pensar.
ReplyDeletemas mesmo que pensemos só um bocadinho assim, tipo: 15 segundos, pudemos facilmente concluir que tens toda a razão.
E viva o sistema nacional (i)racional que é o do nosso Portugal... Viva !
É disto que o nosso povo gosta. Caso contrário, tentava contrariar as tendências, certo?
Por favor não contem comigo, ou ainda corro o risco de perder o emprego.
Abreijos e tenham sempre em dia as contas do IRS.
O Alvim, diz-me. Se nós não fossemos assim achas que existiriam tantos imigrantes a trabalhar?
ReplyDelete...e disto nasceram os "Monstros do Ano", o Festival Termometro, a 365, a Speaky TV e muitas outras coisas com elevado nivel de genialidade...
ReplyDeletecada vez gosto mais de passar por aqui...
ReplyDeletegrande Alvim..
Agora diz lá de tua justiça! Existe em Portugal melhor carnaval do que o de OVAR??? Estiveste cá numa quinta feira (sexta muita gente tinha trabalho/aulas como no meu caso) e mesmo assim tiveste aquela gete toda a ver-te a por musica ;)
ReplyDeleteUm abraço de ovar
o alvim sonha e a obra nasce!
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