Monday, November 26, 2007

Encontramo-nos à Porta


Desculpem lá…estou, quem fala? Estou? Sim, diga lá doutor que eu estou a escrever! Exactamente, pois com certeza, compre as acções e não se fala mais nisso. Da Edp? Oh homem, se vir que a coisa pode ser um bom investimento eu não vejo porque não haveremos nós de investir. Faça lá isso e depois diga-me qualquer coisa. Adeus adeus. Está bem, está certo. Adeus. Ora, eu peço desculpa por ter começado assim mas eu hoje nem sequer tive tempo para encurtar este texto. Com a vossa licença, vamos a isto.

Se há coisas que importam na noite é a moda, mas não necessariamente a moda têxtil. Falo da outra moda, a moda de um sítio, de uma palavra, um produto, de um acto, de uma forma de estar, de uma pessoa. E há pessoas que estão na moda e não são obrigatoriamente modelos nem estilistas. Por exemplo, a cerveja mini foi a grande moda deste verão, da mesma forma, que há uns anos atrás chegou a ser moda usar as botas Sendra e os isqueiros Zippo que colocam a um canto o infantil uso das sandálias crocks. E agora que me lembro, houve uma altura em que estava na moda fazer festas cujas receitas revertiam para a Abraço, lembram-se disto? Andávamos todos com os lacinhos ao peito e era bestial – nunca fui tão feliz!- porque era um tempo em que se bebia mais do que o costume porque era tudo pela solidariedade. “Então, vai mais um vodka maçã, olhe que já é o sexto? Venha ele e brindemos à Abraço, pois está claro!” E depois? Depois não sei o que se passou. Deixou de ser fashion, a Abraço deixou de ter tantos spots na televisão, a Margarida Martins colocou uma banda gástrica e apareceu a Sol, a Casa do Gil, a Margarida Pinto Correia com brincos de todas as cores, Timor Leste e o Luís Represas a cantar “Ai Timor, Ai Timor!” e mais recentemente a causa ambiental que tem na figura de Al Gore, uma espécie de novo papa, talvez mesmo, o Gandhi dos Glaciares e da Floresta Amazónica.

E agora – sim agora pergunto (gostava que me imaginassem de joelhos no chão, gritando para o céu como se tivesse acabado de perder um filho): Que é feito das festas de Espuma? Ah? O que terá acontecido a esse glamouroso ritual? Porque é que já não vejo cartazes brancos colados em árvores esguias anunciando uma festa de espuma como deve ser, das boas, daquelas onde tantos chegamos a perder amigos e familiares até aos dias de hoje. Só eu, perdi a minha prima Andreia na festa de espuma do Penha e o meu irmão Diogo na Monumental festa de Espuma da Kadoc. Venham para casa malandros. Mais. O que é feito do programa vibrações que nos mostrava discotecas em grande divertimento e onde aparecia invariavelmente um senhor de bigode a trincar com grande à vontade uma coxa de frango e um pedaço generoso de entrecosto? Onde estão todos? Quem terá acabado com a Happy Hour que tanta alegria trazia aos que conseguiam chegar primeiro ao balcão?

E aquele bar está na moda, e aquele sítio é muito fashion, e ali é que é bom, não não nada disso puto, quem está mais in agora é ali aquela esplanada, estás a ver? E onde é que vamos? E onde é que é bom? Liga para a tua amiga a ver como é aquilo está: Isso está em grande ou não? E quero ir para lá, vamos mas é para aquele que eu te disse. Para este. Para aquele. Vá, vamos decidir ou ainda acabamos a comer cachorros no Victor. Eu vou por ali. Eu ia pela outra hipótese. Vamos embora que me telefonou o meu primo a dizer que aquilo está impregnado de miúdas giras? Acho que são 7 mulheres para cada homem. A amiga dele diz que até são mais. Esse gajo está a mentir. E se não nos deixam entrar? E conheces o porteiro? E controlas a cena? Quem é que leva o carro? Quem é o condutor cool? Encontramo-nos à porta? Está combinado, não entra ninguém sem nos encontrarmos todos.

É à porta? Fica combinado, encontramo-nos à porta.

9 comments:

  1. Porreiro Pá! ;)

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  2. OK!
    Mas qual porta?!

    :P



    Beijinhos *

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  4. Tu ias ao Penha??? Devia ser há muito tempo atrás mesmo!!!

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  5. engraçado como ao ler o teu texto as memórias passadas e até mesmo muitas situações vividas nestes tempos me percorrem as veias , a mente… as sensações vêm a mim, sem nunca ter imaginado que sempre aqui estiveram.
    sinto os cheiros, ouço as vozes, os risos, as gargalhadas, as piadas…
    sinto a adrenalina e a ânsia de ir a alguns sítios e ver algumas pessoas...
    apesar de todos diferentes… somos idênticos em muitas particularidades…

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  6. hummm nao querendo descurar da forma fantástica e única que escreves mas "adoro" a foto...e uma vez que é uma paixão minha nao consegui passar sem deixar comentário..ta 5 estrelas...
    parabéns!!

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  7. ja agora se quiseres dar uma escapadinha pelo meu blog, seras sempre vindo!!
    bj
    A. Salgueiro

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  8. Eu costumo ser a condutora cool... Infelizmente nunca me deram o tal kit que dá direito a uma semana de Holmes Place :(

    Não há direito!

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