Monday, March 18, 2013

Portugal precisa de um super herói e esse super herói é o superavit


Portugal precisa rapidamente de um herói, mas não pode ser um herói normal, dos que andam a pé como os outros e demoram dois dias a chegar à Nova Zelândia. Não, não queremos desses, queremos um daqueles que voam, que têm poderes mágicos, que só com o olhar conseguem dobrar colheres ou estancar a fúria das águas de uma barragem no Norte da china. Não pode ser um herói, tem de ser um super herói. Um super herói que perceba esta super crise, este super governo, este super gaspar, mas sobretudo que nos faça chegar a quem mais desejamos, o superavit. É do superavit que precisamos e alguém tem de o trazer para cá.

É por isso que daqui escrevo ao superavit mas também ao Homem Aranha, ao incrível Hulk, aos estrunfes, ao Macgyver, ao Batman, ao Flash Gordon, ao homem invisível. E faço-o, na esperança que me estejam a ler - e não vejo qualquer motivo para que não - e intervenham logo a seguir ao ponto final. Por isso escrevo como se estivesse a falar para um daqueles megafones das manifs da CGTP. Ouçam-me bem, esta parte é só mesmo para os super heróis, se quiserem podem ir lendo outra coisa, há mais artigos à volta. Dizia: Super heróis se me estão a ler - superavit estás aí? - está na altura de sairem do papel e prestarem atenção: precisamos de vocês, deixem de ser mariquinhas vá, queremos que usem todos os poderes, queremos todos os lasers, essas visões raio-X , essa rapidez supersónica, queremos o fim da crise, dos bandidos, das insolvências e se não se importam da troika e do FMI. E é isto, obrigadinho. Venham rápido antes que isto acabe.

Fernando Alvim
Publicado originalmente no jornal i
[Fotografia de Justin Sainsbury]

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