Monday, April 09, 2012

Homens de todo o mundo, uni-vos! (PRIMEIRA PARTE)


Os homens todos, sem excepção, deviam levar um merecido par de bofetadas. Mas das bem dadas, daquelas que imprimem silêncio num restaurante cheio de gente. E porquê? Porque as mulheres estão como estão por nossa causa. É que não há outra. Esta coisa de bastar que vistam um decote mais ousado, um vestido mais justo, uma saia mais curta para que nós fiquemos com a cara de um miúdo que quer um brinquedo no toys’r’us tem de acabar. E o que eu proponho é que nos juntemos, todos os homens deste país, em local e data a designar, para numa reunião magna, para definir uma nova conduta, para reduzir o facilitismo e vulgar facilidade com que habitamos as nossas mulheres.

Eu sei que isto é um problema universal – bem estou aqui a lembrar-me de alguns países que não as tratam assim tão bem – mas para os outros, entres os quais o nosso se inclui, penso que é chegada a altura de fazermos alguma coisa. De agir. De mostrar às mulheres que não é assim tão fácil e que não basta, que não chega vestir uma saia mais curta, para de imediato ter vantagem sobre a D. Ermelinda, funcionário fabril, que com este tipo de atitudes se tornou – e com toda a lógica – uma funcionário febril. E porquê tudo isto? Porque as mulheres tornaram-se crianças mimadas a quem não se pode dizer que não a nada. As mulheres estão muitíssimo mal habituadas e agora querem os brinquedos todos. Já não lhes basta o Ken, nem pensem nisso. As mulheres querem o Ken e todos os seus acessórios, do cabrio à pochete brilhante. E a culpa disto é das mulheres modernas, e não da D. Ermelinda. As mulheres modernas, com esta história da emancipação e da queima das sutiãs e da apav e pardais ao ninho, tornaram-se insuportáveis.

Mas tal qual um filho que sabemos ser nosso, isto é uma cruz que temos de carregar. E olhem que às vezes são bem pesadas. Sejamos claros, as mulheres, estas mulheres de que agora falo, são um luxo a que nos tempos que correm nem todos podem ter acesso. Eu tenho muitos amigos que quando tiveram de fazer ajustes orçamentais e cortar em alguma coisa, fazendo bem as coisas perceberam que a sua maior despesa estava justamente na mulher. A tal ponto que muitos deles foram forçados a prescindir das mulher para ficar apenas com a amante. É como, vamos cá ver, é como prescindir da casa principal para ficar apenas com a de férias. Por isso é que há menos casamentos, e eu compreendo perfeitamente.

Um casamento é uma compra, um relacionamento não contratual é um arrendamento. E um arrendamento no período que atravessamos parece-me de facto a melhor das opções. Nada de papéis assinados nem essa coisa de na saúde e na doença até que a morte nos separe. Nem pensem nisso. Homens de todo o mundo, every man on earth, atencion hombres en todo lo mundo, hommes dans le monde (isto é tradução do Google, quero que se lixe) vamos unir-nos e dar um jeito à casa. Até porque, por este andar não existe outro alguém que o possa fazer senão nós. Gostava pois que me imaginassem agora, no alto da serra de Monsanto, com um daquelas megafones em que não se percebe metade do discurso, mas em que se apreendem e aplaudem as palavras e as frases mais fortes. E elas são: basta! E elas são: acabou! E elas são: olhem não sei onde estão as chaves do carro que ainda agora aqui estavam. Esperem, deixem-me regressar a este discurso inflamado.

O cronista entusiasmou-se e o fim do discurso inflamado terá de ficar para o próximo sábado devido à falta de espaço


Fernando Alvim
Publicado originalmente no Jornal i

1 comment:

  1. Proponho a todas as mulheres devido a esta indignação do Alvim, que nos juntemos para apoiar a sua causa,daqueles que a ele se juntarem.
    As normais, as boazonas,gostosas etc...entre os 18 e os 50 anos, que vestem brutais mini-saias,e decotes de fazer babar até o Falecido Salazar, que se afastem do Alvim de hoje em diante para que ele não seja importunado por tal classe (a das mulheres que gostam de gastar dinheiro em produtos de vestuário sexys, ou de perfumaria calsado ou outros, para se sentirem bem consigo mesmas) mas não queremos incomodar os outros ...nada disso,vou falar com uma amiga minha que é jurista para pedir uma providencia cautelar para todas as mulheres do mundo se afastarem do Alvim, porque ele se sente incomodado, e tem direito a ser respeitado!
    Obrigado por este "abre olhos",em nome de todas as mulheres que se estavam a pensar aproximar de ti com uma boa pernaça á mostra e um decote de fazer chorar as ondas do mar...para não o fazer que não vale a pena...a tua onda onda já não é essa.Vou trasmitir a todas as minhas amigas...e sabes como são mulheres, daqui a meia hora, já 2 terços do planeta já sabem a tua opinião!Está descansado.Acabou o tempo de seres importunado!E se quiseres dá lá o nome desses amigos que se estão a ressentir do mesmo problema para colocar na providencia cautelar também :) MUA AH AH....
    Vanessa Urbano

    ReplyDelete