PREFÁCIO
Quando me convidaram para escrever este prefácio, estava longe de perceber o quanto é difícil falar sobre estes dois autores. Na verdade, é difícil porque eu mal os conheço. E, aqui entre nós, que ninguém nos lê (não lhes mostrem isto, por favor!), o pouco que conheci foi mais do que suficiente. Aliás, no dia em que escrevo este prefácio, vou jantar a casa de um deles e, às cinco da tarde, já sorvi dois Lexotans. Falar sobre Frederico Pombares e Henrique Dias é, no fundo, falar sobre Língua Gestual. Não é que eles a usem muito - não, de todo! - eles usam palavras, eles falam bastante (em demasia, até!), mas digo-o porque eles provocam o uso da Língua Gestual por parte de todos aqueles que os ouvem. De resto, se até agora me parece justo dizer que os intérpretes de Língua Gestual da RTP foram os maiores impulsionadores, promotores e divulgadores desta língua no nosso país, é ainda mais relevante afirmar que Frederico e Henrique são os que vêm logo a seguir, como se estivessem, neste preciso momento, a dobrar a esquina ao fundo da rua, com várias pessoas a fugirem, desde logo, como podem.
E não, não digo isto de ânimo leve. Digo-o porque sei. Porque pelo que vi e ouvi, as pessoas, ao ouvi-los, abanam imediatamente as orelhas em profundíssima negação, os ombros, a cabeça de forma disfuncional, fazendo com que tudo isto pareça uma aula de hidroginástica, mas sem as ridículas toucas que insistem em fazerem-nos usar. Contudo, há outros espectadores que são mais imaginativos e, esses, ao ouvi-los, usam desde o irrepreensível gesto de Bordalo Pinheiro ao famoso esticar do dedo do meio de uma das mãos. E aqui vos juro, por uma Entidade Superior qualquer, que vi uma senhora já na ordem dos seus sessenta e muitos (se forem menores, parem de ler isto agora, pirralhos!), dizia então, que vi uma senhora com trinta e poucos, 33 anos, a pegar nas suas duas mãos (as suas duas mãos, ouviram bem?) e, levando-as ao seu baixo-ventre, inclinando o seu corpo para trás e a sua zona reprodutora para a frente, olhando para a televisão, onde estavam de novo estes dois, fez soar um arrepiante “Toma!”, que ainda hoje não consigo esquecer.
“É Como diz o Outro” foi uma rubrica proposta por Frederico Pombares e Henrique Dias para a Speaky.TV e aceite, sem reservas, pela pessoa que agora vos escreve e que, obviamente, pretende ficar rica à custa destes dois palermas. Se repararem bem, a editora do livro é minha. E como apareceram na televisão (num programa de êxito como é o “5 Para a Meia-Noite”) e os seus textos foram adaptados para teatro - tendo dois vultos como Miguel Guilherme (cada vez mais, o Ruy de Carvalho da sua geração) e Bruno Nogueira (por muitos apontado - e com toda a justiça - como o sucessor do Badaró) -, é mais do que certo que isto vai vender como pãezinhos quentes. Ou frios. Eu sei lá. Certinho é que isto vai vender aos magotes e, se está a ler este prefácio, se chegou a esta parte - ainda por cima -, é quase certo que já comprou este livro e, assim, me ajudou a pagar um centímetro que seja da relva da casa que pretendo comprar na Quinta do Lago. Muito agradecido por isso.
Finalmente, quero dizer a estes rapazes que o seu talento e génio são inegáveis e que estou convencido - e naturalmente preocupado - de que isto ainda é só o começo.
E não, não digo isto de ânimo leve. Digo-o porque sei. Porque pelo que vi e ouvi, as pessoas, ao ouvi-los, abanam imediatamente as orelhas em profundíssima negação, os ombros, a cabeça de forma disfuncional, fazendo com que tudo isto pareça uma aula de hidroginástica, mas sem as ridículas toucas que insistem em fazerem-nos usar. Contudo, há outros espectadores que são mais imaginativos e, esses, ao ouvi-los, usam desde o irrepreensível gesto de Bordalo Pinheiro ao famoso esticar do dedo do meio de uma das mãos. E aqui vos juro, por uma Entidade Superior qualquer, que vi uma senhora já na ordem dos seus sessenta e muitos (se forem menores, parem de ler isto agora, pirralhos!), dizia então, que vi uma senhora com trinta e poucos, 33 anos, a pegar nas suas duas mãos (as suas duas mãos, ouviram bem?) e, levando-as ao seu baixo-ventre, inclinando o seu corpo para trás e a sua zona reprodutora para a frente, olhando para a televisão, onde estavam de novo estes dois, fez soar um arrepiante “Toma!”, que ainda hoje não consigo esquecer.
“É Como diz o Outro” foi uma rubrica proposta por Frederico Pombares e Henrique Dias para a Speaky.TV e aceite, sem reservas, pela pessoa que agora vos escreve e que, obviamente, pretende ficar rica à custa destes dois palermas. Se repararem bem, a editora do livro é minha. E como apareceram na televisão (num programa de êxito como é o “5 Para a Meia-Noite”) e os seus textos foram adaptados para teatro - tendo dois vultos como Miguel Guilherme (cada vez mais, o Ruy de Carvalho da sua geração) e Bruno Nogueira (por muitos apontado - e com toda a justiça - como o sucessor do Badaró) -, é mais do que certo que isto vai vender como pãezinhos quentes. Ou frios. Eu sei lá. Certinho é que isto vai vender aos magotes e, se está a ler este prefácio, se chegou a esta parte - ainda por cima -, é quase certo que já comprou este livro e, assim, me ajudou a pagar um centímetro que seja da relva da casa que pretendo comprar na Quinta do Lago. Muito agradecido por isso.
Finalmente, quero dizer a estes rapazes que o seu talento e génio são inegáveis e que estou convencido - e naturalmente preocupado - de que isto ainda é só o começo.
Fernando Alvim
(auto-intitulado "Júlio Isidro da nova geração")
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Prefácio para o livro É Como Diz o Outro (edição Cego, Surdo e Mudo, Produções Multimédia Lda) de Frederico Pombares e Henrique Dias, cujo lançamento decorrerá na próxima terça-feira, dia 6 de Setembro, às 19h, na Suite do Casino de Lisboa. Presentes, além dos autores, estarei eu, no papel de editor. Relembramos também que no mesmo dia e no mesmo local, às 21h30, estreia a comédia baseada nestes mesmos sketches que conta com as actuações de Bruno Nogueira e Miguel Guilherme.
Para pedido de entrevistas, imagens e mais informação:
Inês Caridade | press.cegosurdoemudo@gmail.com
T: 93 501 93 15
Wake Up! Comunicação
Créditos da Capa
Direcção de Arte e Design - Mortar&Pestle Studio
Ilustração - Mat Williams
Ilustração - Mat Williams
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