Agora, que o Festival Silêncio acabou, a entrevista a um dos jurados do Poetry Slam, Fernando Alvim.
Como foi ser juri do Poetry Slam o ano passado no Musibox?
Possivelmente, tão bom ou melhor do que ter sido há dois anos. Não estou muito habituado a estar no papel de julgador, mas precisamente de julgado. É mil vezes preferível, desde que seja no poetry slam e não no tribunal de haia.
Viste /ouviste coisas bem escritas e declamadas, achas que os portugueses são talhados para o poetry slam ou ainda somos muito "Pessoa"?
Mentiria se escondesse que somos ainda muito "Pessoa". Mas não vejo isso de forma depreciativa. pelo contrário, há uma forma pessoana de se fazer poetry slam em Portugal como de resto havia uma forma teatral de fazer novelas em Portugal quando começaram a aparecer as primeiras. Via-se a Vila Faia e o episódio em que cortavam os testículos ao Caniço e parece que estávamos a ver uma peça do Gil Vicente.
Hoje em dia há várias sessões de poesia (Bica, Alfama ...), fala-se num novo movimento de palavra dita e poesia urbana, achas que já pode dizer isso, e como vês esse movimento como forma de expressão ?
Acho que se está a tentar iniciar, como se tivéssemos a tentar por o carro a andar, ouve-se a ignição, o motor a pegar e agora é necessário que a coisa ande. E eu acho que vai andar porque o caminho está livre e deserto por ser galgado.
Ok... 4 ... Qual é para ti a maior força desta palavra dita, desta forma de poesia que se diz cara a cara?
Nunca gostei da poesia que se guarda na gaveta, nem poesia, nem cartas, nem armas, uma poesia é para ser dita na cara, uma carta é para ser lida nos olhos, uma arma é para dar um tiro em alguém. Se tivesse aqui uma, juro que dava um tiro à primeira pessoa que aqui me aparecesse a deixar publicidade no correio. Mas desafortundamente não tenho e sinto muito por isso.
Eish, que verdinho que estava. Abraço, Alvim.
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