Thursday, December 16, 2010

Entrevista ao Jornal da Região




Aqui vos deixo a entrevista ao Jornal da Região de Sintra (e não só) sobre o livro "Não atires pedras a estranhos porque pode ser o teu pai" - e não só. Também podem descarregar os pdf's das diferentes regiões AQUI.

“Não atires pedras a estranhos porque pode ser o teu pai” é um livro de crónicas. O que o leitor pode esperar desta obra de 164 páginas?

Para começar 164 páginas, devidamente preenchidas com caracteres e com uma análise sociológica superior à de Boaventura Sousa Santos. Ou do António Barreto. Ou da fundação Manuel dos Santos. Este livro é muito sobre o Portugal que temos, mas sobretudo que não temos. É um livro que qualquer emigrante deveria levar para França depois do natal.

Entre as várias actividades que o Fernando Alvim desempenha, na rádio, na televisão, na escrita, o que lhe dá mais prazer e porquê?

Com sinceridade, a actividade sexual continua a desempenhar uma função que me parece superior a qualquer uma das que me foram indicadas. Ainda assim, parece-me óbvio que todas elas se complementam. Na rádio - porque faço há muitos mais anos - sinto-me mais confortável, mas andar à chuva nunca me afligiu. A rádio pode ser a ser a mulher dos meus filhos, a televisão e a imprensa é amante com o vestido curto.

Como é que consegue fazer tanta coisa ao mesmo tempo? Sobra-lhe algum tempo para si?

Faço muita coisa ao mesmo tempo, precisamente para conseguir fazer cada uma delas. Só assim não me canso, não me aborreço. Desde novato que leio 5 livros ao mesmo tempo, para variar. Sou - se assim quiserem - um poligâmico literário. Quanto ao tempo, é uma questão de gestão. E eu faço listas. Tenho listas para tudo, do que tenho que fazer, do que me falta, das tarefas prioritários, do mais acessório. A minha vida é uma lista gigante, e entre as tarefas mais importantes, a primeiras delas, é precisamente ter uma vida. Algo que persigo sempre.

Acredita que a sua maneira informal e descontraída de apresentar, e de conversar, é umas das fórmulas para o seu sucesso mediático?

Sim, mas o facto de ser muito parecido com o George Clooney também. Fora isso, consegui ser eu na rádio, na televisão, na imprensa. Não há outro eu para além deste. Não que eu goste ou desgoste, a verdade, é que é o que há. E mais não posso fazer. E por acaso até gostava. De resto, não há fórmulas, nem frases feitas, nem sorrisinhos Pepsodent. Essa geração de comunicadores está a acabar. Agora serão os mais genuínos, espontâneos e verdadeiros que irão assumir tudo isto. É o fim do teleponto, tal qual o conhecemos. E com ele, o fim de algumas figuras emblemáticas.

Quem é que nunca entrevistou e gostaria de entrevistar e porquê?

O Fernando Pessoa, o João César Monteiro, o Mário Cesariny, o Luiz Pacheco, o Hermínio Monteiro, o Alexandre O’Neill - estes porque admirava e infelizmente morreram. A Charlize Theron, a Gisele Bünchen, a Penelope Cruz, porque admiro e estão vivas, mas infelizmente fazem de conta que eu estou morto.

Quem é o verdadeiro Fernando Alvim e, já agora, o que se vê a fazer daqui a 20 anos?

O verdadeiro Fernando Alvim não sei, mas Fernando Alvim, o cidadão, este que agora está a escrever à Jardel, é isto. Já disse que não há mais do um. E digo isto com infelicidade, pois não imaginam o jeito que me davam. Aliás, se bem se recordam o próprio Saddam Hussein tinha vários saddam husseins, mas na altura da sua execução, só um ajeitou a corda. Pois bem, daqui a 20 anos, espero ser o novo Berlusconi, dispensando obviamente as funções governamentais.


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