Ando preocupado com isto da gripe e talvez por isso escreva já este artigo com uma daquelas máscaras que usava o michael jackson. Ninguém se lembra disto, mas agora, andam tudo a imitá-lo. O artista, foi de resto a primeira pessoa a prever o que ser iria passar daqui a um tempo e morreu sem ter visto o que aí vem. Eu não sei o que aí vem, mas o que tenho a certeza, é que por causa disto, vai voltar à discussão a enigmática pergunta: É espirrar ou espilrrar que se diz?
Pois bem, é espirrar. E é disso que temos medo agora, mais do que a violência nas ruas e os crimes de gravata, espirrar em direcção a nós, tornou-se mais grave do que um tiro. E uma constipação pode ser uma série deles. A gripe assusta, mas é uma doença que se rege pelos princípios igualitários da democracia ao não fazer diferenciação de ricos e pobres, de classes, de idades, de coisa nenhuma. Quer isto dizer, que é uma gripe democrática e isso fica-lhe bem. Se fosse uma gripe ditaturial, não falaria deste modo e estaria mais zangado. Mas assim não. Vê-se que é gente boa e se é uma gripe que se rege por estes valores, merece o meu respeito. Neste tipo de parágrafos, quando se fala destas coisas, alguém deveria gritar sempre: Viva o 25 de Abril!. Viva pois.
A gripe é uma lição ao mundo. Que o humilha ao mostrar-lhe o quanto este é vulnerável. Fazem-se guerras, fomentam-se ódios, constroem-se muros enormes que separam povos vizinhos e a gripe vem demonstrar, que tudo isso de nada lhes terá servido. Que foi tempo perdido, que chegará a todos, que derrubará todo esse cimento e ódio que construíram juntos.
Mas antes disso, desconfiaremos de todos. A mesma desconfiança que tínhamos quanto existia o cambio e saímos das lojas que o realizavam a conferir os trocos, com medo de sermos roubados. A mesma desconfiança que sentimos por um estranho que caminha em direcção a nós, a altas horas. A mesmissima desconfiança. A gripe é o vilão de que não estávamos a contar e que atravessa a rua. Falta saber apenas, se nos vem assaltar com violência ou simplesmente cravar um cigarro. E posto isto, estou tentado a acabar esta minha crónica com algo como " A única cura da gripe, será o amor", mas tenho quase a certeza que já alguém o terá escrito. Só por isso não o fiz e peço desculpa por isso. Se não se importam, vou agora assoar-me.
Não tenho a certeza porque vi o programa de madrugada e ainda estava a acordar, mas segundo o "Bom Português" da RTP pode-se dizer espirrar ou espilrrar. Ambas as formas estão correctas. A verdade é que o dicionário da Priberam desconhece a segunda forma, mas prontos vamos confiar no serviço publico, não??? ;-))
ReplyDeleteCaro Alvim... a gripe bem pode ser democrática à vontade, mas o que duvido mesmo muito é que o seu tratamento também o seja ;)
ReplyDeleteAcredito bem que tenha sido o passo de Portugal em prol da Democracia (no sentido real da palavra), este de abrir as portas à maleita que não discerne coisa nenhuma. Creio que possa ter sido marosca do nosso Primeiro. "Amor a partir de amanhã ESPILRAREMOS todos em comunhão. Não é tão bonito?" (parece que ouço a vózinha pachorrenta deste nosso Sócrates).
ReplyDeletea sogra está com gripe e não por ser sogra, tive receio de me aproximar da senhora. Isto é que é uma crise!!
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