Monday, June 08, 2009

O Grito de Michelle brito





Há um grito português a invadir o mundo. Só quem ainda não o tenho ouvido, pode duvidar disto. É um grito que vem do fundo, possivelmente da alma, mas na realidade do court. O mundo pasma. O mundo ri-se alarve com um nervoso miudinho de quem já o terá entendido e o teme. E tens razões para isso. Michelle Brito, a tenista portuguesa do momento, é a nova Padeirinha de Aljubarrota.


E Portugal precisava de uma coisa destas, porque andávamos há demasiado tempo a engolir em seco. E o facto de o grito de Michelle ser muito parecido com uma sirene dos bombeiros avariada, é bem ilustrativo da emergência deste berro e da condição precária que terá herdado. Ainda assim, nenhuma outra tenista se terá aproximado, mesmo na intimidade, mesmo em noite inspirada, de um grito tão poderoso quanto este. Tenistas como Mónica Selles que também se celebrizou por isso e mais recentemente Sharapova, que o faz para alimentar prazeres solitários de adolescentes, não chegam aos calcanhares da nossa miúda, e muito menos, aos decibéis que esta consegue atingir.

Michelle representa por isso uma nova esperança para Portugal, mas sobretudo para a ópera, sendo apontada por muitos como a nova Maria Callas do ténis, do mesmo modo que Jorge Jesus é, como o próprio afirmou, a Paula Rego do Futebol. Daí que não será de estranhar que os habituais espectadores do São Carlos comecem a trocar o conforto das cadeiras do salão, pelo tom áspero e rude que se ganha quando se dorme ao relento, e que existe nas cadeiras do jamor. E assim, será natural percebermos que os fãs de Puccini se renderão cada vez mais a Michelle, e que do mesmo modo em que vão ao scala ver "La bohéme", estarão batidos no Rolland Garros para ver o récita de Michelle frente a Serena Williams.

Michelle era o grito que faltava a Portugal, mas que já não falta, porque a temos a ela. E todos sem excepção, deveríamos gritar como esta, do mesmo modo que colocamos as bandeiras nas varandas em sinal de união e não porque foi o scolari coisíssima nenhuma. Este grito é superior a mil bandeiras nas varandas, porque é mais do que pano, é voz, é garganta, é fúria e vontade de vencer desde o fundo do campo. E talvez por isso, este grito, o singular grito de Michelle deveria ser igualmente unificador e imitado por todos em situações que se vissem. De tal forma, que acho que o mesmo deveria ser adoptado por outras figuras em situações de esforço: Cristiano Ronaldo nas suas arrancadas, José Mourinho nos seus protestos, Marisa nos seus concertos. O grito de Michelle será mais forte que o silvo de aço da pá da padeirinha.

7 comments:

  1. Parece um caãozito a ganir...
    ;)

    ReplyDelete
  2. Este grito/gemido mais as modelos nuas (de que eu te tentei falar no sábado enquanto estavas a fazer o teu xixi) muito possivelmente iriam catapultar o teu eventual torneio de ténis às escuras para o nível dos mais finíssimos torneios de ténis a nível mundial.

    ReplyDelete
  3. Creio que ela agora está no lugar 90 do ranking.
    Temos (portugueses) de nos agarrar a algo que nos dê um pouco de glória e alegria, caso contrário volta a 'onda de deprimência' a que já nos habituamos.

    Bj,
    (i)

    ReplyDelete
  4. O único problema desta menina do ténis é mesmo o facto de se ir abaixo muito facilmente. Perde um ponto, cai uma lágrima… Uma coisa é certa, esperemos nunca ouvir um berreiro da Michelle Brito no court!

    ReplyDelete
  5. Processaram-a à pala disto coitadinha.. Esta gente que não percebe toda a arte que envolve este grito! :p

    ReplyDelete
  6. LOL

    Cum car*****

    estive a ver a tua entrevista com a Matadinho.

    Alvim, tu és mau...

    ReplyDelete