Hoje toda a gente quer ser muito feliz, não exactamente no dia em que estão a ler isto, mas possivelmente em todos os outros. As pessoas querem ser felizes todos os dias e ficam tristes se não o conseguirem. Há pessoas que só não são felizes por causa disto. Por não serem felizes de segunda a domingo. Daí que a felicidade devia adoptar o sistema há muito implementado na mulher-a-dias. Este conceito é vencedor, porque parte do princípio – para mim certo – que não podemos ter uma mulher todos os dias. Que já nos basta alguns. E que deveríamos agraciar o senhor por causa disso. E Deus sabe o quanto eu lhe agradeço. É ou não é verdade, senhor?
Pois é claro que sim. A felicidade também deveria ser entendida de igual modo. Como felicidade a dias. Ou num sistema dia sim dia não, ou tipo só ao fim-de-semana que é mais barato. Ou então de vez em quando e não se fala mais nisto. Mas a verdade, é que não é assim e todos os dias precisamente, somos pressionados a sermos muito felizes. É só olharem para o lado e perceberem o sorriso estampado no rosto de quem dá a cara por um qualquer anúncio. E reparem que quem vos escreve – olá como está, muito prazer - é precisamente alguém que ainda recentemente dava a cara por um desses anúncios- sim, sou o Vobis - onde aparecia com esse tal sorriso e ainda dois voluptuosos cornichos a ornamentar-lhe a testa. Daí que tenha legitimidade para agora escrever sobre isto, mas a verdade é que me custa que em todo o lado, todos me sorriam como se eu fosse uma criança que ainda não percebeu que isto não é assim tão bom. Querem um exemplo: O sorriso da marta da OK Teleseguro. Tudo bem que passou de telefonista para – ao que parece no último anúncio – chefe de divisão lá do Call Center, mas com verdade, digam-me: Que razões haverá para sorrir quando ligamos para um serviço destes? Olá Marta, estou aqui no meio da A5, bati com o carro com toda a força contra um poste de alta tensão e gostaria que me viessem aqui buscar com urgência. Até porque acho que devo ter facturado uma ou outra perna. E dito isto, imagino logo o sorriso da Marta do outro lado enquanto : Eh Eh, pois com certeza seu doidivanas, vai já par aí o nosso melhor bólide. Eh eh, tem bastante graça, não tem?
Não, não tem. Daí que não existam assim tantas razões para sorrir. Não é preciso sorrir Marta. A Marta não é o Jorge Gabriel, ninguém lhe acaba de trazer bolinhos regionais. Marta, para mim basta dizer-me que a assistência vai a caminho. Que está tudo bem. Mesmo sabendo que terá sido esse sorriso para o Chefe que a terá levada a essa promoção na empresa.
Pois é claro que sim. A felicidade também deveria ser entendida de igual modo. Como felicidade a dias. Ou num sistema dia sim dia não, ou tipo só ao fim-de-semana que é mais barato. Ou então de vez em quando e não se fala mais nisto. Mas a verdade, é que não é assim e todos os dias precisamente, somos pressionados a sermos muito felizes. É só olharem para o lado e perceberem o sorriso estampado no rosto de quem dá a cara por um qualquer anúncio. E reparem que quem vos escreve – olá como está, muito prazer - é precisamente alguém que ainda recentemente dava a cara por um desses anúncios- sim, sou o Vobis - onde aparecia com esse tal sorriso e ainda dois voluptuosos cornichos a ornamentar-lhe a testa. Daí que tenha legitimidade para agora escrever sobre isto, mas a verdade é que me custa que em todo o lado, todos me sorriam como se eu fosse uma criança que ainda não percebeu que isto não é assim tão bom. Querem um exemplo: O sorriso da marta da OK Teleseguro. Tudo bem que passou de telefonista para – ao que parece no último anúncio – chefe de divisão lá do Call Center, mas com verdade, digam-me: Que razões haverá para sorrir quando ligamos para um serviço destes? Olá Marta, estou aqui no meio da A5, bati com o carro com toda a força contra um poste de alta tensão e gostaria que me viessem aqui buscar com urgência. Até porque acho que devo ter facturado uma ou outra perna. E dito isto, imagino logo o sorriso da Marta do outro lado enquanto : Eh Eh, pois com certeza seu doidivanas, vai já par aí o nosso melhor bólide. Eh eh, tem bastante graça, não tem?
Não, não tem. Daí que não existam assim tantas razões para sorrir. Não é preciso sorrir Marta. A Marta não é o Jorge Gabriel, ninguém lhe acaba de trazer bolinhos regionais. Marta, para mim basta dizer-me que a assistência vai a caminho. Que está tudo bem. Mesmo sabendo que terá sido esse sorriso para o Chefe que a terá levada a essa promoção na empresa.
Aproveitando a tua deixa... Pra muita gente,mais vale aparentar felicidade,do que,que se lhes veja os cornixos:)...ABAIXO SER FELIZ TODOS OS DIAS lol...sem dias menos felizes,é impossível dar valor às coisas boas! Beijo pra ti e Olha Oh Livro:)
ReplyDeleteÉ o mal de já não termos que pensar em sobreviver.
ReplyDeleteSe houvesse uma verdadeira crise, daquelas em que há muitos mortos e fome, o tempo dedicado a pensar na felicidade e a teorizar sobre a mesma, seria aplicado na bonita arte de fugir de uma bomba ou de caçar para ter na mesa umas poucas gramas de carne.
Temos demais e isto faz-nos mal. Nascemos com a ideia que possuímos o direito a níveis mínimos de felicidade, quando boa parte devia perder de imediato a "licença de consumo de oxigénio" por ser, nestes casos, um claro desperdício de recursos.
Pra mim a felicidade está em dar brinquedos ao meu namorado depois dos 30, e ver os outros a receber gravatas.
ReplyDeleteora vê aqui a alegria daquele que não recebeu gravata no Natal ( ou Vert Sauvage)
http://www.youtube.com/watch?v=CUgBgbeMS6E
Boa tarde sotôr Alvim*,
ReplyDeleteEra para referir aí um pormenor que te escapou, na escrita do dito cujo, onde referes que "facturaste" uma perna. Nada contra isso, mas se agora existe por aí alguma rede oculta de tráfico de orgãos é que é chato.
Mas vá lá, ao menos passam facturas, o que é sempre uma maneira fiável de regulamentação do sistema de saúde.
Enfim, nada que não faça falta.
Bom, de resto, devo dizer que concordo inteiramente com o texto, e que a senhora Marta é um indivíduo utópico, no sentido da sua aspiração à felicidade.
Pois, um bocadinho de Filosofia não faz mal a ninguém!
Abraço e continuação de um bom trabalho,
PB Comedy
*(P.S.: Sim, "sotôr", porque não frequentei o mesmo espaço público que o senhor! Mas note-se o uso d«o "tu" ao longo do texto. Paradoxal, não? :D)
Muito bom. Realmente ha pessoas que so nao sao felizes porque ficam tristes quando nao sao felizes um dia. Pensamento complexo mas verdadeiro =)
ReplyDeleteMuito bom. Mesmo!!! hehe ( com ou sem sorriso estampado na cara)
ReplyDeleteDiatadura da felicidade onde a tristeza merece medicação imediata e urgente...é triste! Ups... Nahhhh é uma alegria!! he he
ReplyDeleteTas em grande alvim.
ReplyDeletecronicasdehipermercado.blogspot.com
Vejam o melhor...
Hmm... felicidade a dias... eu acho que é mais "felicidade a momentos".
ReplyDelete"A Marta não é o Jorge Gabriel, ninguém lhe acaba de trazer bolinhos regionais". Vi tanto o Jorge.
ReplyDeleteantes os sorrisos da marta do que os do sócrates.
ReplyDelete:)) toma lá um dos meus.
um abraço
Vou-te contar um segredo...(esta é a parte em que começo a sussurrar)...a Marta não trabalha, nem nunca trabalhou na OK Teleseguro...daí o sorriso!!!
ReplyDeleteDe qualquer forma...podes fazer parte do "grupo de fans da Marta" e começar a enviar flores e chocolates para o Call Center...as restantes colaboradoras agradecem!!
Fica bem...
Costumo dizer que sou feliz aos bocadinhos e que isso me chega.
ReplyDeleteO problema é que as pessoas criam um qualquer complexo que as 'obriga' a serem permanentemente felizes. É uma moda.
E as pessoas que, como tu, têm exposição mediática têm muita mais essa suposta 'obrigação' que um qualquer anónimo, como eu. Ou estás, constantemente, de sorriso escarrapachado na cara, ou és um arrogante que não passa confiança a ninguém. Tu é que decides.
Abraço. E boa semana!
Sim, é verdade que é impossível ser feliz todos os dias, ninguém aguentava tanta felicidade junta, secalhar nem nós próprios... mas e quê? Eu quero ser feliz todos os dias para o resto da minha vidinha!
ReplyDeleteSegundo o "outro, que me desculpe que eu não sei o nome" os portugueses estão cada vez mais tristes, pesquisou milhares de fotos no jornais, não é verdade, os portugueses não têm dinheiro para ir ao dentista, logo tendem a esconder o àtrio bocal.... a felicidade não se mede por sorrisos e gargalhadas enlatadas, já agora de enlatados adoro o feijão preto...já vem mastigado
ReplyDeleteA felicidade de não ser sempre feliz...
ReplyDeleteÉ esse o nosso caminho :)
ps: Acabei de ler a semana passada o teu livro. Meditações profundas, sempre realistas. E que só um génio como vossa excelência seria capaz de escrever. Nobel para o sr.Alvim. Já!
entreumcafeeojornal.blogspot.com
go there
cumps and peace
Ui... sim o Alvim é muito giro e coisa e tal... e eu ate ja tive cm ele em braga e td... mas agr aproveitem e passem no meu blog
ReplyDeletehttp://adoropaocommanteiga.blogspot.com/
naum vos vai fazer mal nenhum... e tbm naum vos vai fazer bem... mas pronto... e tu Alvim passa por lá tbm...
Eu atinjo a felicidade plena quando como chocolates ao mesmo tempo que bebo café amargo...
ReplyDeleteIsto muito sinceramente.
eu é ao contrário -.-'
ReplyDeleteEu é precisamente ao contrário...
ReplyDeleteAH! "PLENA" ?? li "plana"... erm... então, assim n sei :S
eu atingo uma felicidade quando faço bolas de sambão.igualmnt sincera
ReplyDeletePois eu sou feliz sempre que solto uma gargalha...
ReplyDeletePois, mas agora me lembro, eu não solto gargalhadas todos os dias! Ou será que solto? Naaao... lá vem um dia, ou outro, em que as gargalhadas ficam congeladas até ao dia seguinte!
há publicidade boa e má, como em tudo. Um outro anúncio muito mau de que me lembro, em que estava patente o modelo família feliz era o da mukambo, em que a família começava a cantar de manhã, "diga bom dia com mukanbooo, mukambooo, mukambooo", e o anúncio era acompanhado da letra, para o espectador também se entusiasmar em casa e começar a cantar, enquanto preparava o "mukambooo, mukamboooo". Ahhh, que belo momento de felicidade passei eu agora a recordar isso. Espero que coloques fita-cola no rosto, ou botox, de modo a andares com um sorriso sempre estático, e não seres adjectivado de arrogante como li num comentário acima, se é que isso te importa. Mas uma vez que sendo figura pública és deus, tens responsabilidade sobre a felicidade dos outros. Portanto, eu tenho direito a ser feliz, 24h por dia, mesmo quando durmo, e se isso não acontece a culpa é da publicidade boa que não deveria existir, e das figuras públicas arrogantes que até parecem humanas.
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