Ok, não é só hoje, mas mais hoje que nos outros dias. Uma metamorfose que tem vindo a operar cá dentro, silenciosa, quase discreta, e que – sinto-o, oh, como o sinto – logo à noite atingirá a plenitude. E não vai ser só comigo, mas com todos os que se atreverem, a partir das 22 horas, a rumar à discoteca Ar de Rato, em Coimbra, hoje transformada em meca dos Freaks, para a Terceira Edição do Freak Show da Prova Oral. Vão ser uma série de valentes pontapés naquele sítio sensível da normalidade quotidiana: ouviremos os versos neo (mas muito neo mesmo) românticos do mestre Sarapitolas; os engolimentos peculiares do faquir Stephano; a casta Lili mostrando o seio branco, leitoso – tão casto, tão branco e tão leitoso, que ainda tem intacto o picotado da abertura –; os fabulosos beatsboxers da Ria de Aveiro; Alexandrino hipnotizando inclusive as tábuas do soalho (versão dentro-de-portas das pedras da calçada), um espectáculo de Rita Cardoso, vencedora da edição 2000 do Festival Termómetro (que promete novos temas); um grupo de fados de Coimbra que fará derramar saudosas lágrimas à assistência, incluindo os porteiros que, extremosos, procurarão ombro amigo; e, logo após, a entrada de encantadoras e encantadas serpentes. A coisa termina com a actuação de João Gentil – que é para ninguém sair de lá a sentir que «faltou qualquer coisa». É hoje e de entrada livre. Depois só para o ano. Agora esqueçam-se. Depois queixem-se.
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