Friday, February 15, 2008

Quantos são? Quantos são?







Ao contrário do que toda a gente possa pensar, eu tenho uma opinião diferente acerca da violência na noite do Porto. Sinceramente, acho que há pouca. E se dúvidas houvessem – e não há – as últimas semanas vieram devolver uma preocupante pasmaceira que me leva a ter que intervir neste sentido, explicando sociologicamente o que pretendo dizer. Talvez por isso, gostaria que me tratassem a partir de hoje, como o António Barreto da Copo fonia.

Ora, analisando o comportamento do homem do norte – e eu sou um deles – quero que saibam que o portuense está para Portugal como o país basco está para Espanha. Isto é, é melhor não armarem sarilho connosco se não querem meter-se em trabalhos. E assim, quando há uma qualquer escaramuça há sempre alguém que diz 'Eh pá, não te metas comigo que eu sou do norte!' como quem diz 'É melhor estares quieto, que eu sou cinturão negro e faço-te já uma revienga!'. Na Espanha, experimentem lá ver como o resto dos espanhóis entende a rapaziada do País basco. Pois é, exactamente igual. Só que em vez de dizerem isto, rematam com expressões como 'Que te doy una hostia' ou ' Conho, que te parto la cara !'
De resto, se reparem bem, foi exactamente por causa disto que Francisco Assis, ex-candidato à presidência da Câmara Municipal do Porto não ganhou as eleições contra Rui Rio. E porquê? Porque foi – e peço já desculpa – foi um morcão! Passo a explicar: um qualquer político que publicamente seja agredido por um popular em frente à televisão, só se for muito tenrinho é que não ganha as eleições, porque é mais do que natural que as pessoas se solidarizem com ele, que tenham pena, que reprovem o que foi feito e que quase como compensação, lhe dêem um voto como que a pedir desculpa por aquilo que lhe aconteceu. E o que lhe aconteceu foi mau demais e Assis, se não fosse do norte, limpava as eleições. Reparem bem, em 1986, quando Mário Soares disputava a segunda volta das eleições presidenciais com Freitas do Amaral, foi agredido na Marinha Grande por alguém que lhe deu uma chapada na cara. E sabem que mais? Um mês depois foi ele que ganhou as eleições, embora seja Freitas do Amaral que tenha uma casa com piscina. Ora, sendo assim, como se explica, que Assis tenha perdido? Fácil, por ser do norte. Isto é, Assis quando leva a primeira murraça tinha que se ter ido a ele caramba, mesmo que levasse mais – e era o mais certo – Assis tinha que fazer peito e dizer dois ou 3 palavrões daqueles de encher a boca – mesmo que a coisa fosse encenada um bocadinho – só para a televisão dizia: ' olha que eu sou muito grande, faço e aconteço!' e ao mesmo tempo ia arrepiando caminho como quem não quer a coisa – sem ninguém ver. Do mesmo modo, que é impensável que um treinador à Porto, não diga logo dois ou palavrões quando a equipa falha um lance e se levante no imediato, a fazer muitos gestos feios como se o índice Nasdaq tivesse voltado a entrar em queda. Se virem bem, não deve ser à toa que muitos diziam que o Camacho – sim, o treinador do Benfica – era um bom treinador para o Porto. E sabem porque é que não resulta? Porque não treina o Porto, pois se o fizesse, não tenham dúvidas que obteria melhores resultados do que o Jesualdo.

E isto para chegar onde? Para chegar a lado exactamente nenhum. E isto para dizer o quê? Para não dizer absolutamente nada. Mas no entanto, não se metam. Que não se metam comigo que eu sou do Norte. Quantos são, quantos são?

7 comments:

  1. Que bela reflexão para o dia dos namorados...

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  2. ò "Unas" ;P logo vi que te safavas seres do norte :P

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  3. Me too! Grande Porto!

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  4. Com este texto arranjaste maneira de um dia destes meia dúzia de gândulos te assaparem duas lambadas na cara só para verem o que dizes!!!! digo eu... :)

    edu
    http://bitaitadas.blogspot.com

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  5. As madeirenses também são lixadas...
    :p

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  6. viva o porto, carago !!! :D

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