Friday, January 25, 2008
PASTELARIA de Mário Cesariny de Vasconcelos
Afinal o que importa não é a literatura
nem a crítica de arte nem a câmara escura
Afinal o que importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora! – rir de tudo
No riso admirável de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra
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Sei que gostas bastante deste poema! E à tua conta já o li uma data de vezes e...também gosto! Dá-me vontade de rir :)
ReplyDeleteSabes, há pouco estava a pensar... fico contente por te ver tão activo, a fazer tanta coisa boa, em todos os domínios :)
Não pares! :P
Beijinho*
Sorrisos são sempre precisos até o sorriso Pepsodent!
ReplyDeleteGood Work
Então, porque esperas?! Não tenhas medo...!
ReplyDeleteNão consegui ler o poema sem ouvir, do fundo da memória, a voz do próprio Cesariny a dizê-lo.
ReplyDeleteRaios, fiquei de costas na fotografia...
ReplyDeletenão te sabia nas lides da poesia...!
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