Friday, October 04, 2013

Inquéritos do jornal Metro

E a convidada desta semana é a escritora Sara Rodi.


Umas férias…
Sempre aquelas que ainda não fiz, a um sítio onde nunca fui. Repetir um destino é como ler o mesmo livro duas vezes. Só mesmo por falta de alternativas, mas em geral acho a vida curta demais para repetições.

Uma ideia…
Percorrer as praias portuguesas com flip charts e recolher todas as ideias que surgissem para transformar o país num lugar melhor. No meio de muitas ideias disparatadas ou inviáveis, tenho a certeza que surgiriam curiosas soluções, que colmatassem a falta de criatividade (generalizando, é certo…) da nossa classe política.

Uma asneira…
Tentar escrever e tomar conta dos meus filhos ao mesmo tempo (típico das férias...). Ou acabo a chamar-lhes os nomes das minhas personagens, ou a teorizar sobre o sentido da vida segundo Phineas & Ferb. “104 dias que fazem as férias... E a escola acaba com elas. Mas o grande problema, que todos vivemos, é saber como aproveitá-las...” (o quê? Não sabem de cor a canção de abertura?!)

Uma paixão de férias…
Correr na praia sem destino. Durante algum tempo a meta era o cansaço dos meus filhos, que não tinham pedalada para a mamã. Ultimamente já me deixam para trás, afogueada. Sinal (nada bom para o meu lado) dos tempos… 

Um ensinamento… 
Quando levo o trabalho demasiado a sério, recordo as sábias palavras da minha professora primária, quando me “despejava” da sala para o recreio: “Pula, filha, faz-te cabra”.

Uma pergunta sem resposta…
Se os pais têm, no máximo, 22 dias úteis de férias, porque é que os seus filhos têm três meses (fora os outros intercalares)? Sou sempre a favor do tempo de lazer das crianças (que já têm, a meu ver, uma pesada carga horária), mas quem idealizou que elas deviam descansar durante três meses seguidos também devia ter pensado que alguém precisa de as acompanhar. Sendo que, ainda por cima, com o aumento da idade da reforma, o conceito de “avós disponíveis” tem os dias contados. Ando a pensar seriamente em fundar um sindicato dos pais (sera que já existe e eu não sei?), para lutar pelos direitos desta “classe” tão esquecida, mas que é “só” a responsável (a par dos professores) por educar e formar aqueles que serão o futuro do país.

Uma resposta…
Porque sim. Foi uma resposta que nunca aceitei e que sempre prometi que não daria aos meus filhos. Claro que já quebrei a minha promessa várias vezes, e a tendência é para piorar...

Uma lição…
Nunca levar os meus 4 filhos a passear em localidades onde o conceito de “passeios” não exista. Há umas semanas, Sintra conheceu a potência da minha voz, repetidas vezes, ao longo da tarde: “Vem aí um carro!!!”

Uma Aventura…
Passear uma semana por Lanzarote sempre com esperança de me cruzar com Saramago. Fi-lo há doze anos mas não tive sorte nenhuma…

Um segredo…
Este ano obriguei o meu filho de 9 anos a tirar-me várias fotografias ao lado da estátua do Dostoievsky. Penso que ele entendeu o meu êxtase. Pelo menos disse-me, umas horas mais tarde, com ar compreensivo: “Eu também estaria assim se encontrasse uma estátua do James Patterson…” 

Uma invenção…
Tenho várias, mas aquela que provoca sempre um ar de repugnância, em quem me ouve, é a empresa de catar piolhos ao domicílio, com pacotes especiais para famílias numerosas. Não foi para a frente por falta de parceiros de negócio. Vá-se lá saber porquê...

Um desabafo… 
Não tenho qualquer jeito para respostas rápidas e espirituosas. Não preferem que escreva um ensaio de 200 páginas sobre a evolução do conceito “Férias” ao longo dos séculos? Sinto-me uma maratonista a tentar safar-me (mal!) nos 100 metros...

Um problema…
Ter dito ao Alvim que respondia a isto…


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