Friday, September 20, 2013

A volta a Portugal em FNACs. O relatório. A equipa. A magnífica Seat Alhambra (apoio oficial).

1
É impensável fazer uma sessão de lançamento de um livro às 10.30 da manhã, seja em que sítio for. Estiveram duas pessoas na plateia. Repito: duas. E há fotos que documentam este momento. Era uma mãe e um filho. Espero que o papa Francisquinho lhes ligue a dar os parabéns e a abençoá-los. Até porque eu já o fiz em sítio próprio. Nota: até podia ser uma pessoa, que teria valido sempre a pena.

2
É bom andarmos em comitiva, éramos 5 na bonita e espaçosa Seat Alhambra gentilmente cedida por esta visionária marca para este dia. Não sei porquê, mas este tipo de viagens aproxima-nos sempre. Lembro-me de uma vez que fui a Munique num veículo destes – não tão bom e espaçoso e robusto quanto a Seat Alhambra – e perante algum silencio inicial, lembro-me que o quebrei e disse: pessoal, somos 9 nesta carrinha, vamos andar 8 dias dentro dela para ir e voltar de Munique, parece-me óbvio que nos vamos tornar todos amigos, pelo que se calhar é melhor começarmos a falar já. E assim foi. E alguns duram ainda. E com esta digressão também, embora já o fossemos antes dela. Obrigado Rita Camarneiro, Peter Cuyper, Sofia Sousa e Tiago Custódio.

A grande vantagem da apresentação de livros é a exposição que temos ao fazê-la e o contacto com o público. Para que me entendam: se não fizermos sessões de lançamento, nenhuma loja de livros nos dará a exposição que obteremos ao fazê-lo. Nem que seja no próprio dia, que é o que acontece regularmente. Talvez por isso, tantos autores se sujeitem a plateias vazias, a tardes perdidas para dar um autógrafo ou vender dois livros. Muitas vezes nenhum. Sobre isto já repetidas vezes falei o que penso. E o que penso é isto: para mim, é embaraçoso estar num local à espera que alguém me peça um autógrafo ou compre um livro. É claro que quero que me comprem um livro, é claro que não me importo nada de dar autógrafos e tirar fotos e falar com as pessoas. Mas estar ali, sentadinho, à espera disso, inquieta-me. Por mim, nunca o faria. Mas o mercado exige-o e quem sou eu para o demover. Acho no entanto, que se deveriam pensar em novas formas. Mas não sei exactamente quais.

É muito melhor fazer 6 sessões de lançamento num dia, do que 6 sessões em dias separados. E explico porquê: porque assim faz-se tudo num só dia e estejam poucas ou muitas pessoas, sabemos que depois dali temos que ir para outro lugar. Isto é, há sempre umas sessões que correm melhores do que outras. Será sempre. Mas se tivermos numa tarde várias, equilibramos as coisas, é muitíssimo melhor, não ficamos ali a remoer que perdemos uma tarde inteira numa sessão que correu menos bem (entenda-se por “ menos bem”, não estava ninguém)e passamos logo à seguinte. Agora que escrevo isto, penso que há quem faça isto também com relacionamentos. A partir de agora, será sempre assim que irei fazer. Num só dia, faço tudo. Mas só em relação a lançamento de livros.

FIM DA PRIMEIRA PARTE

----

Aqui fica um pequeno resumo dos momentos que marcaram o dia.

Eis-me à porta do singelo T0 onde pernoitámos, lá nos Algarves, já de baterias carregadas para a longa jornada que se avizinhava.

Primeira etapa: Algarveshopping.
Eram 10h30. Fora do enquadramento, uma multidão acotovelava-se para tocar no ídolo. 

O lugar do génio é sempre solitário. 

Com muitos apelos à calma, megafones de um lado para o outro a debitar «chega para todos» à multidão e «chega para lá» aos mais atrevidos, a sessão de autógrafos decorreu com a normalidade possível. 

Entretanto, mais estrada - agora rumo a Lisboa.

Tudo pronto para a segunda etapa, na FNAC do Colombo.
A imprensa sempre atenta; perdi a conta às centenas de flash interviews que dei entre sair do carro e voltar a entrar nele para a próxima paragem.

Eis o meu colega de mesa tentando conter a comoção enquanto eu contava um episódio marcante da minha infância, sobre uma cadela collie que me havia fugido e regressado semanas depois - prenha. 

Ao fundo, as pessoas fingiam ter mais do que fazer mas, na verdade, olhavam-me pelo canto do olho, resistindo como podiam ao impulso de vir ter comigo, tocar-me, pedir-me uma relíquia.

E seguimos para o Leiria Shopping.
O homem e a sua representação gráfica.

As cadeiras vagas estavam reservadas.

Calma, calma.

Um de cada vez, um de cada vez. 

Vamos então para Coimbra.
Mais uma entrevista.

O bule a tapar a chávena porque houve quem se queixasse de que cheirava a aguardente. 

Imagem de extrema sensibilidade. A mensagem é simples: comprem o meu livro e façam uma criança sorrir.

A seguir, foi a vez da FNAC do MarShopping.
Neste momento, as pessoas estavam no bar à espera das cervejas e dos cafés e depois vieram sentar-se (os que arranjaram lugar, evidentemente, os restantes foram-se desenrascando no chão, corredor afora até às escadas).

Última etapa: Braga.
And the papers want to know whose shirts you wear

Houve gente de má fé a sugerir que as pessoas se aproximavam só por causa da tigelada, ou seja, que o pedido de autógrafo era um pretexto para me apanharem distraído e bifarem a tigelada.

Naturalmente, é mentira: o interesse dos leitores era genuíno. Este jovem, por exemplo: aposto que nem reparou que havia uma tigelada na mesa, tão absorvido que estava pela experiência de trocar umas palavrinhas comigo.

Se mantive a tigelada do lado oposto das pessoas que se iam aproximando, foi por aquele instinto de protecção que todos têm e não por receio real de que ma bifassem.

Ok, depois desta foto, quando voltei à mesa para, finalmente, comer a tigelada, ela não estava lá. Quem foi o engraçadinho que ma bifou? Saibam que está tudo registado nas câmaras de vigilância.






1 comment:

  1. Se o livro for tão bom quanto este artigo, é sucesso garantido.

    ReplyDelete