Friday, September 07, 2012

Entrevista para a DeepArt nº2

Dizem por aí que és um pequenino prodígio da rádio... O que achas sobre isto?
Acho que as pessoas acreditam em tudo o que ouvem e por isso é normal que boatos destes aconteçam. Não sou um pequeno prodígio, quando muito seria um grande, mas nem isso, sou um rapaz normal que sabe fazer de forma excepcional frango com cerveja.

O que aconselharias a um novato nesta área?
Que soubesse fazer o maior número de coisas possível, que faça muitas ao mesmo tempo. Querem um exemplo: a Cicciolina. Daí a poligamia ser defendida por tantos, isto é, falha uma tem-se outra. A monogamia é muito linda, mas falha a única coisa que temos e ficamos mais agarrados do que os antigos habitantes do Casal Ventoso.

Há alguma coisa que ainda não tenhas tido coragem para perguntar a alguém? Ou algo que te tenham perguntado que te tenha deixado bastante envergonhado?
Honestamente, não. Sou um perguntador, muito mais do que um respondedor. Se não sei, pergunto, e quando não sei digo que não sei. Mas se tivesse que perguntar alguma coisa neste verão seria isto: Para que serve uma melga dentro de um quarto no verão?

O que é que te fascina mais: a rádio ou a televisão? Porquê?
Essa pergunta é um clássico, está na categoria, “ então e projectos para o futuro?” Ora, sejamos claros, não sou um purista, tanto gosto de Gardel como Piazzolla. E com a rádio e televisão também é assim. Gosto de ambos, sinto-me mais confortável a fazer rádio porque faço há mais tempo, mas gosto igualmente de televisão porque me desafia e faz-me ficar mais curioso sobre a pressão que terei que enfrentar.

Quem foi a pessoa mais cómica com quem já trabalhaste?
Imensas, desde o Ricardo Araújo Pereira ao João Moreira (Bruno Aleixo), ao Nuno Markl, ao João Quadros, ao Bruno Nogueira, ao Unas - e outros que, embora não sejam tão conhecidos, são igualmente geniais, casos do Eduardo Brito e Pedro Santo.

Qual foi o projecto mais aliciante em que estiveste envolvido, aquele em que te deu mais prazer trabalhar?
É sempre o que virá a seguir. Não sou nada saudosista, estimo todos os projectos em que participei do mesmo modo e não tenho um filho de que tenha gostado mais do que os outros. Os portugueses gostam imenso de falar dos descobrimentos, mas isso foi há 500 anos. Desconfio muito das pessoas que falam imenso do passado e que passam o tempo a dizer “eu já fiz isto, eu já fiz aquilo”. Com verdade, não tenho tempo para falar sobre o passado, até porque aí nada se pode alterar, já passou. Com o futuro e o presente tudo é ainda possível. E isso inquieta-me.

Conseguirias trabalhar em outra área, uma em que estivesses afastado do público?
Sim claro, porque não? Gosto imenso de trabalhar para o público ou para um público se preferirem, mas sei fazer imensas coisas e gosto bastante de variar, a tal ponto que me obrigo a isso. Justamente para nunca me cansar de nada, para que não exista acomodação.

Há alguma coisa que te irrite verdadeiramente no teu trabalho?
Pessoas que passam a vida a dizer que estão muito indignadas com determinada situação, com isto e com aquilo e não fazem nada para alterar o que julgam estar errado. Uma pessoa assim merece ser alcatroada e coberta de penas de aviário.

Para os dias “te sorrirem”, o que não pode faltar?
O visionamento de um qualquer programa da Teresa Guilherme. Praia. A pessoa de quem mais gostamos a dizer para irmos para o sofá.

Há algum projecto na rádio ou televisão que queiras fazer de futuro?
Sim, já tenho uma televisão online (a speaky.tv), mas vou ter em breve uma rádio também online. Estou a preparar-me para o futuro que aí vem, para que quando chegue já esteja de galochas e barquinho pneumático para navegar nele livremente.

Como é que te imaginas quando fores velhinho?
Imagino-me um velhinho demente com as minhas filhas a irem-me buscar a jardins públicos para que eu largue as moças que passam.

É na página 16

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