O mundo é da Nasa

De cada vez que surge uma inovação no mercado que ninguém consegue explicar, é seguro que tem a mão de um qualquer ex-cientista da NASA. Seja uma pulseira que supostamente gera equilíbrio a uma nova energia que pode curar o cancro, é certinho que foi um ex-cientista da NASA que esteve por detrás disso. E, a verdade, é que não há um cientista criador da NASA que não seja expulso logo depois. O que me leva a pensar, que das duas uma: ou a NASA paga mal e, na descoberta de novo negócio, o cientista esperto dedica-se em absoluto à invenção que criou, ou que a NASA não gosta de ver os seus cientistas a criarem coisas que possam de algum modo mudar o mundo. Há uma terceira, que é o facto disto poder ser tudo um embuste, mas nesta não creio. O que acredito sim, é que quem trabalha na NASA é um ser perfeito e com neurónios de ouro.

Eu gostava de casar-me com uma cientista da NASA e levá-la à lua para vermos as estrelas de cima para baixo. Eu gostava de ser da NASA para que tudo o que dissesse e escrevesse pudesse mudar o mundo e o cabelo daquela senhora que ali vai. Ai se eu fosse da NASA. Se eu fosse da NASA já tinha descoberto a vacina para acabar com a sida e posto fim à guerra entre os povos e o vizinho de cima, fosse eu da NASA e já saberia o que era o amor e a fórmula para sermos felizes e o molho bechamel. Fosse eu da NASA e já teria resolvido esta crise e a fome e a falta de óleo no motor. Mas não sou da NASA. E tenho pena.

Fernando Alvim

Publicado originalmente no jornal i