Wednesday, October 20, 2010

Linha Avançada: O Novo Livro de José Nunes e o Meu Novo Prefácio



José Nunes é o melhor contador de histórias desportivas que eu conheço e tem um livro novo. Será apresentado a 9 de Novembro e está nele incluído um prefácio feito aqui por este rapaz, com incomensurável honra. Num rigoroso exclusivo para os ainda não compradores desta obra, ei-lo:

Existem 3 actos distintos em que um homem pode de facto mudar de personalidade. A primeira é a conduzir, onde como se sabe, pode um respeitável chefe de família transformar-se num instantinho e sem grande esforço, numa besta sem qualificação possível. A outra é a jogar à bola, há indivíduos calmos e aparentemente desconjuntados que a jogar ao futebol (que é assim que se deve dizer) se revelam outras pessoas que até aí julgávamos não passarem de um panonhas (Panonhas: indivíduo que não sabe jogar à bola, não gosta de carros, não fala sobre mulheres). E finalmente, a terceira e última, que é esta, a de escrever prefácios. Eu pessoalmente transformo-me e explico porquê. Porque não sei o que dizer. Nem o que fazer à minha vida. Não que não existam coisas a dizer sobre o autor, mas justamente pelo contrário.

José Nunes é um cidadão invulgar, diz a lenda que tem 6 dedos no pé direito em vez dos 5 do costume, e talvez isso ou outra coisa qualquer, lhe tivesse dado uma tal distinção, que faz com que não se perceba – é incompreensível senhores! - como é que este homem ainda não foi distinguido, condecorado, embalsamado com a Grã Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. A verdade é esta, Nunes foi das poucas pessoas em Portugal que não foi descoberto por Júlio Isidro, mas que chegou a ser sócio do Clube Amigos Disney, na fase em que este apresentava. Nunes é mais do que um comentador desportivo senhores, é mais do que um contador de histórias, é mais do que uma pessoa, Nunes são duas ou três, é Maradona, é samba carioca, é Olálá Olélé, é Deus. É isso, é isso. Nunes é Deus e tal como Neno, apelidado muito merecidamente de Júlio Iglésias português, Nunes podia muito bem dar origem a um movimento religioso com o seu nome. E seguidores não lhe faltariam. Nem locais para o celebrarem. Nem imperiais e sardinha assada.

Daí que este livro seja essencial para ficarmos a saber um pouco mais sobre o que ele pensa. É muito importante. E foi ele que o escreveu e tudo. Nunes é uma lenda - disso ninguém duvide - e por gostar tanto dele, gosto de pensar que o seu nome serviu sempre de inspiração para outras pessoas. Por exemplo, estou agora a lembrar-me que em tempos houve um jogador que se chamava Nunes e jogou no Benfica, gosto de pensar que se chamava Nunes em homenagem ao autor deste livro quando na verdade, se chamava Anastácio Costa na vida real. Ou então aquele restaurante muito bom em Lisboa, o Solar dos Nunes, é óbvio que lhe é dedicado. E se não for, deveria. Porque Nunes é disso merecedor e de todas as palavras que aqui não estão incluídas, mas que poderiam estar e que podem ter ainda mais valor quando imaginadas. Nunes é este livro que vem a seguir. Nunes é estas páginas, é a contracapa, é a badana, é o índice, é este prefácio acabadinho de concluir.

Fernando Alvim


1 comment:

  1. Como é que em tanto texto não consegues dizer nada... :)

    Ab.

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