O time sharing chegou ao amor e são muitas as pessoas que perceberam a tempo que pode aqui não haver vigarice. Pelo contrário, há quem não queira ter alguém permanentemente, mas não dispense ser amado de vez em quando. Toda a gente quer amor - é tão bonito - embora muitos sejam aqueles que o dispensem por um determinado período. Vamos cá ver, isto é como ter uma casa de férias no Algarve: vai-se lá de vez em quando, sobretudo no Verão, é bestial, está muito bom tempo, as praias são óptimas, a água está morninha, mas passadas umas 3 semanas sabemos que isso vai acabar. E não é o fim do mundo. Nem tem que ser.
Os portugueses têm a mania de comprar tudo. E se for a pronto, melhor ainda. E isto às vezes, com franqueza, pode não ser a melhor opção. Eu sei porque é que os portugueses gostam tanto de comprar. Sabem porquê? Porque ao comprarem, sabem que podem mudar. E fazer obras e construir ali mais um anexo ou outro, sem ninguém ver. E por isso mesmo, quando confrontados com o amor, querem comprar tudo para fazer as tais mudanças. Ah pois. Como se fosse um T2 ali para os lados do Restelo. Mas não, uma pessoa não é um T2 em que se possa transformar a varanda numa marquise. Uma pessoa não é um bem imobiliário que pode ser vendido pelos senhores da Remax. Uma pessoa é – e perdoem-me desde já a redundância – uma pessoa é uma pessoa, caramba. E se não se importam vou beber água que já me estou a enervar com esta história.
Daí que chegou esta coisa do time sharing ligado ao amor, ou se quiserem, do renting emocional. Vamos cá ver: existem duas pessoas a precisar de amor. Na verdade nem uma nem outra se amam, mas enquanto não aparece a pessoa certa - se é que algum dia irá aparecer – vão-se amando como podem. Não me parece mal. De vez em quando encontram-se, vão jantar, tratam-se bem, falam sobre as suas vidas e como estão as coisas e divertem-se, alugando-se um ao outro. Sem que seja necessário, haver um compromisso. E não se pense que isto é só sexo, de maneira nenhuma. Até pode não haver (embora deva que é bom). O que importa mesmo, é que não exista uma cobrança para o amor. Que não se apresente a continha ao final do dia como é costume. Que nada se dê por adquirido, por comprado a pronto. Daí este renting emocional e o sucesso que está a ter. E porquê? Ora porquê? Porque percebeu que às vezes mais vale assim. Isto é, nem todas as pessoas, querem casar, ter filhinhos muito bonitos e um cabrio para andar ao fim-de-semana. Há quem queira amar em regime de time sharing. Há quem não tenha tempo para amar. Ou não encontre. Ou não tenha jeito para o amor. Então e esses, o que é que fazem? Ficam a chorar em casa, querem ver?! Não senhor, aderem ao renting emocional e é uma maravilha. Porque uma pessoa não é uma casa. Porque nem todos querem comprar e pronto.
Fotografia by Virginiaz
Fotografia by Virginiaz
Está Fantástico'
ReplyDeleteAMEI :)
Então posso parar de procurar no classificados?? :)
ReplyDeleteComo sempre, muito bom este texto.
a minha cara..
ReplyDeleteNada mal!
ReplyDeleteSabes tanto.
ReplyDeleteAlvim,
ReplyDeleteverifica aí a tua agenda que eu quero fazer-te um renting emocional e explorar aí o teu time sharing!!! hehehe
Estou livre sábado a noite!!
Beijocas (que eu sei que tu detestas - é só para criar aquele afastamento que eu não quero que me ames hã! - renting... keep focus!)
Como de costume ADOREI o texto!! ;)
ReplyDeleteMuito Bom! :)
ReplyDeleteBeijo
Estamos a falar de uma forma de prostituição, certo? :D
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