Isto é, prometo eu que te serei fiel, que não quererei outras mulheres a não seres tu, que és a mais linda de todas, que não existe mais nada para além de ti como se depois de ti houvesse um abismo imenso muito parecido a ficarmos sem pé no mar, disse-te eu que não me importaria de fugir contigo, que fugiríamos os dois, para onde quisesses. Só tu e eu. Só eu e tu.
Revelo-te eu que nunca terei gostado tanto de uma mulher ao ponto de coleccionar tudo o que é teu, de recortar as revistas onde aparecias, de coleccionar os teus posters com poses pouco ortodoxas que me roborizam só de pensar que poderiam ser também para mim, de guardar as tuas melhores frases, de fazer delas minhas e defender o teu nome como se de um país se tratasse, e dizer que não és isso, que a tua mãe também não deveria ser nada disso, que umas meias de renda e uns calções curtos não fazem de ti uma outra mulher, que não és nada isso, que és minha, e que eu sei que tudo o que fazes é pelo amor à arte, por ela, em função dela, e que no fundo queres o mesmo de todas as mulheres: uma casa, filhos e que não te chateiem.
E por isso te escrevi a dizer isto, que te entendia e que te aceitava justamente como és. Ouve, não terias que mudar nada, teríamos filhos lindos, seríamos felizes, correríamos por entre campos de feno enormes onde de longe só se veriam as nossas cabeças, iríamos juntos à noite dos Óscares e tiraríamos fotografias só para as revistas do social, muito sorridentes, a dizer que estava tudo bem, que nos amávamos muito e sim que nos pensaríamos casar um dia. E posto isto, beijávamo-nos sofregamente só para a televisão, para as revistas, já a pensar nas capas que dali sairiam: “ What a Kiss! oh my god this is love!”, “ Alvim & Madonna, They’re in Love” e coisas assim. E em inglês, que faz das coisas sempre maiores.
E tu Madonna - não te faças agora de desentendida - tu mesmo, só porque eu tinha apenas 9 anos de idade quando te escrevi uma carta a dizer tudo isto que agora revelo, foste incapaz – incapaz ouviste!? – de me responder, de me dar uma resposta, uma esperança sequer. E por isso mesmo nunca te perdoarei Madonna. Nunca.
Wednesday, June 23, 2010
Nunca te perdoarei Madonna!
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Boa Tarde.
ReplyDeleteVenho por este meio divulgar um novo blog de opiniões pessoais, onde apenas destaca os assuntos actuais na nossa sociedade. Se possivel, divulgue ou apenas se torne seguidor.
http://quadratura-do-circulo.blogspot.com/
Não quero estar a agoirar, mas atendendo às relações da srª. D. Madonna, quando lhe mandaste a carta tinhas 9 anos e nessa altura a diferença de idades era de apenas 16 anos, ora na relação actual dela a diferença é de 14. Não vai ser por dois anitos, talvez o problema seja mesmo: ELA NÃO TE QUER.
ReplyDeleteOlha lá este trabalho de pesquisa de datas.
Abraço
LOL Quem perde é ela, Alvim! E diga-se que serias areia de mais para a camioneta dela! Mas com essa história fizeste-me lembrar quando em miúda escrevi uma carta para a Sic, endereçada ao Humberto Bernardo, a falar da minha devoção a ele e tal como tu nunca recebi resposta!!! Pff Artistas...
ReplyDeleteDivino!
ReplyDeleteEste post poderia ser meu,lol,eu amava-a só que nunca lhe escrevi porque era realista e como não sabia escrever em inglês, esqueci a ideia porque á partida, em português sabia que ela não a íria ler....mas sofri!!!Sofri sim senhor!
ReplyDeleteSabes, isto quando há fartura é logo outra coisa... só isso.
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