As pessoas dizem que o amor é muito diferente do ódio e eu com franqueza, não concordo nada. Acho que são gémeos falsos, é mais isso, nasceram no mesmo dia, são filhos da mesma mãe, e por uma sorte que nunca saberemos explicar, não foram igualzinhos e usaram a mesma roupa. Foi sorte. O que tiveram foi vidas diferentes. O amor é claramente a rapariga que encontra o homem dos seus sonhos, um ricaço que lhe faz filhos lindos, com sorrisos incríveis e largos, que cheiram a classe, a sabão, que frequentam colégios caros e cujo pai, o tal ricaço, tem obviamente uma amante com a qual passa fins-de-semana de negócios inadiáveis. O ódio nem tempo para isso tem. E digo isto com profunda tristeza, porque estou convencido que o ódio podia ter sido um gajo porreiro e o amor uma besta inqualificável. Mas não foi. E assim, o ódio é a besta e o amor o filho querido.
Mas nem tudo são desvantagens no ódio. O ódio pode ser um amor e tem coisas maravilhosas. Uma delas, é nunca esquecer. E disso não tenham dúvidas, o ódio se for bom, bem alimentado portanto, nunca se esquece. Já o amor, mesmo que seja bom, nada nos garante. Há amores muito lindos que se pensava serem para uma vida e vai-se a ver, não duram mais de dois meses. Enquanto isso, não conheço um único caso de ódio que tinha tido uma relação pouca duradoura, o que prova que mais depressa o ódio é para toda a vida do que o amor. E porquê? Porque no ódio, as coisas são feitas com uma outra decência, com uma respeitável seriedade que quase já não existe no Amor. O ódio é um homem sério, de firmes convicções, o amor é um cheque em branco, que com a crise que se vê, quase sempre não tem cobertura.
Daí que o ódio seja mais falado e tenha mais noticias na televisão. Nenhum telejornal que se queira sério, liga muito ao amor. O amor é para as revistas cor-de-rosa, para gente que aprecia futilidades ou para ser usado como fait divers no final do serviço noticioso.E a verdade é esta, no mundo em que vivemos, só o ódio pode abrir um telejornal e quanto muito, só como manobra de diversão, o amor fechá-lo.
Muito bom! xD
ReplyDeleteAbraço,
Tiago Martins
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http://brilhantementeinsano.blogspot.com/
Parabens es um grande cronista, humorista, apresentador e dj (+ ou menos).. aprecio muito o teu trabalho continua.. estarei atenta! ;)
ReplyDeleteDESCULPAI MAS nÃO CORRESPONDE À VERDADE, O AMOR ABRE MUITAS VEZES AS NOTÍCIS, ANDAM DESATENTOS?
ReplyDeleteAinda assim, tenho pena que assim seja...
ReplyDeletebusycat
Ainda assim, tenho pena que assim seja...
ReplyDeletebusycat
Não sou tua fã, não vejo os teus programas, não sou seguidora habitual do blog.
ReplyDeleteMas, este post, do qual tive conhecimento através de um blog, é simplesmente perfeito. Brilhantes palavras de algo que eu gostaria de ter escrito. Inveja! Shame on me!
Não sabia que o Alvim era um poeta :)
ReplyDeleteTens razão e ao mesmo tempo não.
Existem dois tipos de amor, aquele que nos rouba o coração sem pedir autorização e aquele que damos e cresce com a nossa vontade. O primeiro amor não sobrevive muito no nosso mundo e precisa do segundo para continuar o seu trabalho.
O ódio também nasce e morre como o amor, mas é bem mais fácil de manter vivo e também dá um outro prazer pela vingança imaginada. O ódio providência um objectivo para algo melhor, o amor não. O amor era o objectivo e depois dele... o ser humano fica perplexo sobre que fazer a seguir.
Como sempre, gostamos de monta-russas e o amor é um planalto. Estamos no ponto mais alto, mas também se torna aborrecido... por isso fogo nele e venha mais uma descida e curva e contra-curva, para lá cima chegar de novo. O que a gente gosta é de andar aos abanões, não de estar lá em cima ou lá em baixo parado.
Clap clap!!
ReplyDeleteÉ bem pensado:)
ReplyDeleteE às vezes quase se pode odiar quem se ama. Já raramente se pode quase amar quem se odeia...
Este tenho que comentar.
ReplyDeleteMuito, mas muito pertinente.
Continuação de um bom trabalho e blog
... falas de ódio!
ReplyDelete... mas não falas de amor, quando falas em amor!
... falas em interesses, paixão, falas do modo como a palavra amor é vulgarizada ou no que escondem com a palavra amor...
ines silva gosta disto (vicio do facebook)
ReplyDeleteSimples e directo como sempre... :)))
ReplyDeleteGosto mesmo muito de ler os teus textos!!
:*
Adorei.
ReplyDeleteFazer do complexo simples, e desse simples profundo, parece-me muito complicado. Mas não parece sê-lo para ti.
Correcção: amor não é paixão.
ReplyDeleteNem existe só o amor conjugal.
Lembremo-nos do amor maternal, e às vezes até familiar, tão nutridor e construtivo que nos acompanha até ao último sopro e é tão determinante nas nossas vidas tantas vezes!
O amor constrói.
O ódio consome.
Escolham as linhas com que se querem coser, pois cada 1 só colhe o que semeia (ou para aí tendem as probabilidades).