Friday, November 14, 2008

A minha versão



O mundo está cheio de versões e eu próprio tenho uma versão sobre isto. Na minha versão, a culpa foi do programa Chuva de Estrelas onde Catarina Furtado e Bárbara Guimarães - cada uma a seu tempo - incitavam os concorrentes a fazerem uma imitação de um tema conhecido. Contudo, algumas das imitações eram tão distantes do original que passaram a ser versões do mesmo.




E assim foi. O mundo reagiu com exuberância a esta moda e em todo o lado começaram a ser feitas versões de tudo e mais alguma coisa. Em Portugal, o mais notável exemplo do que acabo de afirmar, é a versão mais conhecida de marisco, que como decerto terão adivinhado, são precisamente as delícias do mar. Não tenhamos dúvidas, se fecharmos bem os olhos e trincarmos uma delícia do mar, percebemos que é uma versão perfeita de uma mistura explosiva de lagostins com camarões tigre.


De resto, as pessoas adoram bandas de versões e compreende-se. Num só concerto, podem ter ali os Police, os Xutos e até o Elvis Presley que de outro modo, sobretudo neste último caso, seria manifestamente impraticável. Ainda outro dia estava a ver uma destas bandas e alguém que estava ao meu lado deixou escapar esta afirmação: "É incrível, parece mesmo o Tim dos Xutos e Pontapés!" E eu perguntei-lhe com recato: "ai sim, mas porquê?" ao que a distinta senhora me responde "Então não vê que o vocalista está mais gordito!".




Tudo tem uma versão e isso deve-se muitas das vezes à dificuldade em ser-se original. Já quase tudo foi inventado e quando aparece uma boa ideia, o melhor a fazer, é aproveitá-la e reproduzi-la até à exaustão. E aqui entre nós, terá sido isso que deu origem ao hoje conhecido: Franchise. E os resultados, ao que parece, são animadores. Daí que me pareça lógico, que em breve se possa fazer franchise de pessoas, do mesmo modo, que já se o faz de bandas, de marcas, de lojas. E assim, parece-me evidente que em breve se possa fazer um franchise do Bill Gates, por exemplo, que daria a possibilidade de alguém ser o Bill Gates através de uma metodologia que lhe era ensinada e uma série de normas que teria que cumprir à risca. E em breve todos seríamos uma versão de qualquer coisa, o Belmiro de Azevedo seria a versão do Bill Gates, o José Couceiro a versão do José Mourinho, o Tony Carreira a versão do Joe Dassin, a Júlia Pinheiro a versão da Oprah Winfrey, a Elsa Raposo a versão da Paris Hilton, O Dr. Tallon a versão do Dr. Phil, o Fernando Mendes a versão do Danny DeVito, o Nuno Gomes a versão do Platini, o Luís de matos a versão do David Copperfield e eu próprio a versão do Monstro do Lago Ness.

5 comments:

  1. E eu que pensava que a versão do marisco era o tremoço... não?

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  2. Se calhar o Chuva de Estrelas era uma adaptação qualquer de um programa americano...

    O monstro do lago Ness é que, se calhar, gostaria de ser uma versão do Alvim. Muito antes desses mitos pseudo-cultos já eras um quantum crepuscular com a possibilidade de um dia vires a ser o Monstro do Lago Ness. No entanto, tornaste-te F.A., daquilo género de pessoas que, por mais que se pense, é impossível equiparar!

    O que vale mesmo é o original. E a originiladidade provêm muito de pensar diferente, da intenção de querer criar algo novo para contribuir.

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  3. E eu já te disse que és o maior???

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  4. O Manzarra (não sei se é assim que se escreve) do CC é uma versão do Fernando Alvim...

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  5. Maior? O rapaz nem é assim tão alto! hihihihi

    enxofre

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