Thursday, June 12, 2008

Uma questão de Timing









Existe um timing para tudo e muitos são aqueles que não o respeitam, porque acham precisamente, que não existe um timing para nada porque o que importa é a força de vontade, a forma como nós acreditamos naquilo que desejamos alcançar, a intensidade com que depositamos confiança em nós próprios e muito importante... esqueci-me agora. Estas frases são muito bonitas mas não passam disso, espremem-se muito bem como se estivessem a sair da máquina de lavar em direcção ao estendal, mas nem uma pinga de água.

Existe um timing sim e se ele existe é para ser cumprido tal qual uma colheita que tem que ser feita em determinado período. Vamos cá ver: porque é que a apanha da cereja é normalmente feita em Maio/Junho e da uva entre Setembro/Outubro? Deve ter sido por acaso, querem ver?! Pois claro que não.Porque é aí que os frutos estão nas melhores condições para serem colhidos: nem verdes, nem demasiados maduros. Na altura certa. No chamado “ponto” para irem para o cesto. E o que acontece quando não respeitamos este timing é que possivelmente encontramos lá os frutos sim, mas já sob a forma de fósseis ou com caruncho que é como se costuma dizer lá para a terra. É daí que vem a expressão “Tu não vales um caroço!” que é ao que ficam reduzidas as cerejas se não forem apanhadas a tempo.


E assim, há muitas pessoas que continuam a não respeitar esta elementar regra, a da colheita no tempo certo, convencidos que estão, de ainda poderem apanhar maçãs em Fevereiro. Não podem. Existe um tempo para tudo e se não apanharmos o que ele nos dá na altura certa, nada retiraremos dele. Falharemos o timing ou pura e simplesmente o deixaremos passar como se estivéssemos de boca aberta, na janela do carro, a ver um palácio muito bonito. E depois disto, quando passamos, quando percebemos o que ficou para atrás, é que entendemos que o timing era aquilo. E era tão simples de entender. Pelos sinais que nos faziam, pela forma como nos olhavam, por aquilo que nos diziam. Tão simples de entender caramba e nós ali, numa espécie de gaguez mental que nos retrai em vez de nos fazer ir em frente.

E o mais curioso é quando entendemos tudo desde o início mas achamos que ainda não é o timing certo, que ainda precisamos de mais uma prova ou outra que isto não é assim, mais um jantar, mais um cinema, mais umas férias que eu depois quando vier decido, mais uma carta, um telefonema, uma mensagem cautelosa que eu não tenho a certeza, mais um dia a seguir a outro, mais uma semana em que não nos vemos, mais uma semana que nos vemos sem nos ver, até ao dia em que percebemos, que perdemos todo o “Timing” que até aí nos unia.

15 comments:

  1. Concordo com quase tudo...A parte do "não vales um caroço" é que não!! Sem caroços não haverá fruta nova, aliás é algo que preocupa quando como uma laranja doce sem caroços. Como raio irá aquele fruto deixar "descendentes"?

    Acredito que há coisas que têm um momento certo para acontecerem, se for cedo demais estragamos, se for tarde demais....já passou e não há nada para ninguém!
    Mas o português acha sempre que se está bem é mlehor não mexer para não estragar....por isso não arriscamos e temos fé que algo de bom vai miraculosamente irá acontecer!

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  2. como me identifico com este texto...

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  3. Caro Alvim.

    A questão do timing (e a forma como a ele te referes) é algo que alguém no mundo convencionou como o correcto.

    Usando um pouco da tua metáfora tenho-te a dizer que não terias a oportunidade de comer certos frutos no inverno... e comes, não é?

    Mais importante do que o timing é "traçar um rumo". Depois desse rumo traçado, dessa decisão tomada só há algo a fazer...colocar os olhos no objectivo e... "dar-lhe com a alma".

    Custa, sim, ninguém disse que era fácil (se fosse não era para nós). Muitas vezes erramos, outras tantas enganamo-nos, outras ainda temos que "tirar pedras do caminho" (o que dependendo do tamanho da pedra pode levar mais ou menos tempo...) mas o importante é que termos o rumo traçado e dispormo-nos a lutar por isso.

    Por vezes desiludimos alguém... diversas vezes fazemos alguém sofrer (assim como também sofreremos)... mas é o nosso "objectivo na viagem" o mais importante.

    Porque é nesse objectivo que nos revemos, porque é "esse objectivo" que está a dar sentido à nossa vida.

    Não acredito em timings (nunca acreditei). Se fosse a acreditar a esta hora estava casado, com filhos, etc. Pelo contrário "a esta hora" comuniquei à "ex" que existe alguém na minha vida que se sobrepõe a tudo de bom que ela já me deu. Não é lógico, dirás, extemporêneo dirão outros... pois mas faz parte da vida...

    Como alguém disse (e perdoarás não saber quem é o alguém):
    "DO QUE TARDA E SE FAZ, O QUE IMPORTA É QUE SE FEZ E NÃO O QUE TARDOU..."

    Aceita os meus cumprimentos
    Rogério

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  4. Fico SEMPRE impressionada com estas coisas que escreves...
    Ainda mais um rapaz, assim para o "palhacito", como tu.
    Desculpa o palhacito, mas não te conheço, só conheço a personagem Alvim da rádio e da têbê.

    Olha! Gostava, sim senhor, que o palhacito escrevesse, num blog de identidade verdadeira (que assim é que é bonito) de mim ou para mim, com semelhante sentimento.

    Snif

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  5. Eu acho que é uma questão de não querer entender o tal timing, mas se não se quer entender é porque ainda existe algo, não?!

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  6. Sacana dos timmings!
    Trocam sempre a volta à malta!

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  7. "Existe um timing sim e se ele existe é para ser comprido tal..."

    Talvez quisesses escrever - CUMPRIDO!!!
    Ai, ai, ai...:-P

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  8. Há uma frase que também se aplica neste contexto: "Não se pode, ao mesmo tempo, querer comer o bolo e guardá-lo para comer mais tarde".

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  9. Vá, não sejas assim... Timings e deixar passar 3 semanas antes de responder a qualquer tentativa de contacto... Já passaram mais de 3 semanas e hoje faço anos!!! Pronto! O timing perfeito!

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  10. Alvim,és um romântico!

    Bjs Leonor

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  11. Entendo. Concordo. Mas receio. É por isso que os timings passam... Mas tb por isso é que se inventaram as estufas, para manipular os timings. Na vida real, porém, é mais difícil. Verdad?

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  12. No-Comments! eu acredito nos timings!

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  13. No-Comments! eu acredito nos timings!

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