Thursday, May 29, 2008

O problema do Assédio


Existe um problema com o assédio sexual em Portugal e o problema é que há pouco. Há pouco assédio e as pessoas andam naturalmente tristes. A culpa é exactamente daquele individuo que ocupa um lugar na hierarquia da empresa que lhe permite fazer um assédio como deve ser, mas que em vez de aplicar todo o seu saber nesta nobre arte, faz exactamente o pior que se pode fazer numa situação destas, que é trabalhar como se nada fosse. Isto é, vai uma rapariga com uma mini saia justa para o emprego, um topzinho para celebrar a Primavera e um perfume que já se faz sentir na segunda circular e o tenrinho do Patrão cumprimenta-a com a deferência de um chefe de estado quando acompanhado da sua mulher. E o resultado é que perante isto, outra alternativa não resta, do que neste quase alheamento dos patrões, os funcionários se metam uns com os outros, no fundo para matarem as mágoas. O que não é bem a mesma coisa. E prejudica imenso a chamada rápida ascensão na empresa que até então era um dos seus maiores clássicos. Longe vão por isso os tempos em isso acontecia e que alguém passado dois meses de ter começado a trabalhar na recepção fazia já parte da administração e saía ao final do dia, já no acento direito do carro do patrão. E eu não vejo mal nenhum nisso. Bem pelo contrário. Acho até muito saudável e tenho eu pena de não ser patrão nos dias de hoje, para instituir regras que estimulassem a pratica de um assédio sustentado e moderno ( não me perguntem o que é que isto quer dizer porque eu não faço a mínima ideia, mas soa muitíssimo bem) que estimulasse em vez de retrair, que reproduzisse em vez de extinguir.




O assédio é como a praxe académica, quando bem feito é uma coisa boa. Quando mal feito, pode ser mau de mais. E o que está a acontecer, é que à custa desta inércia dos chefes, começam a inverter-se as normas e são já muitas as funcionárias, que atendendo a esta inadmissível situação, se fazem ao chefe, dando elas próprias uma palmada à sua passagem à qual juntam comentários tão perniciosos como ' Ai chefe, consigo montava hoje uma empresa' ou pior ainda ' ai chefe, quando é que vamos abrir essa conta!' e coisas muito piores que me escuso agora a reproduzir por temer que o Padre Melícias possa estar a ler este artigo. Se sim, desculpe senhor padre. Se não, vamos em frente.


Ora, existem dois tipos de assédio, o assédio que se pode provar e o assédio que não se pode provar. E aqui entre nós, o que se pode provar é muito melhor porque precisamente se pode, nada nos impede de o experimentar, de o provar caramba, enquanto o outro, o que não se pode, implica chuchar no dedo com grande intensidade e inclusive, ir para casa a pensar como poderia ter sido bom.

6 comments:

  1. o problema é que cada vezes mais os chefes são gajas e os gajos nao tem tomates pras assediar

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  2. Epah oh Alvim, eu não não me importava nada que a minha patroa me assediasse todos os dias. eheh

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  3. Alvim > Deus :]

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  4. Alvim > Deus :]

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  5. Parabéns Alvim, tenho estado entretida a passear pelo teu blog e já me ri a valer. Ora, pois, também eu sou adepta de um bom assédio... bem elaborado, de bom gosto, pode dar ânimo a esta vida chate que levamos à volta do aumento dos combustíveis, como se hoje em dia não houvesse mais em que falar...

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  6. assento nos carros
    acento nas palavras
    :)

    de qualquer das formas alvim, não deixo de ouvir a Prova Oral e o Nuno e Nando. O Boa Noite Alvim é que não, que não tenho esses luxos de TvCabo

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