Anda tudo a imitar toda a gente e o mundo transformou-se num imenso karaoke onde vamos imitando os que mais apreciamos. O preço da originalidade é muito elevado e demora muito, enquanto reciclar o que já está feito, é mais imediato, não demora nada. A rádio infelizmente percebeu isso e já são poucas as estações que não vou atrás do que lhes é imposto pela tirânica ditadura das charts mundiais. Se a editora diz que aquele é o primeiro tema a passar do álbum do artista, então vamos todos passar aquele tema como se não houvesse mais nenhum em todo o álbum e como se nós não pudéssemos ter uma opinião, um gosto musical divergente. Como cordeiros, portanto.
Anda tudo a imitar toda a gente e ninguém faz caso disso. Pelo contrário, aplaudem. “ Que bela imitação!” – dizem-nos. “ Que igual é ao original, que maravilha!”. E se os pobres imitadores desde logo o revelam, eu não me importo. Pior é quando não o fazem, quando imitam e chamam a si uma originalidade que não é sua. Dizem-me que uma imitação é sempre uma homenagem a quem está a ser imitado. Pois bem, eu acho um ultraje, um roubo, uma tristeza tão grande que a ser chorada, transbordaria o Douro e o Tejo juntos.
O problema é que mal nascemos, nos ensinam a imitar comportamentos, gestos, palavras, hábitos e quando damos por nós, antes mesmo de imitarmos a Shakira ou o Ricky Martin no café ao fundo da rua – até aí tudo bem! - estamos a imitar os nossos pais e a desde logo, aceitar uma originalidade que não é nossa. Daí tanto se perguntar a quem é que sai determinado filho mal ele nasça. A quem é igual, o miúdo? Perguntam-nos. E o contentamento cresce à medida que alguém: É igualzinho ao pai!. Se um dia tiver um filho, eu não quero que o meu filho seja igual a mim, que alguém o livre disso. Quero – isso sim – que seja inteligente como a mãe e bonito como a mãe. Agora, igual a mim? Deus o salve que eu não posso.
O mundo anda a imitar-se em demasia e tudo me parece mais igual. A tal ponto, que há já pessoas a imitarem outras, que por sua vez já estão – também elas – a imitar alguém. O próprio mundo deve estar de certezinha a imitar um outro planeta que acabou mal. O que me leva a concluir que todos nós, somos o produto acabado de uma série de imitações e que só alguns conseguimos escapar. A diferença é que há alguns que fazem alguma coisa por ser originais. E outros que nunca passarão de uma reles imitação.
Anda tudo a imitar toda a gente e ninguém faz caso disso. Pelo contrário, aplaudem. “ Que bela imitação!” – dizem-nos. “ Que igual é ao original, que maravilha!”. E se os pobres imitadores desde logo o revelam, eu não me importo. Pior é quando não o fazem, quando imitam e chamam a si uma originalidade que não é sua. Dizem-me que uma imitação é sempre uma homenagem a quem está a ser imitado. Pois bem, eu acho um ultraje, um roubo, uma tristeza tão grande que a ser chorada, transbordaria o Douro e o Tejo juntos.
O problema é que mal nascemos, nos ensinam a imitar comportamentos, gestos, palavras, hábitos e quando damos por nós, antes mesmo de imitarmos a Shakira ou o Ricky Martin no café ao fundo da rua – até aí tudo bem! - estamos a imitar os nossos pais e a desde logo, aceitar uma originalidade que não é nossa. Daí tanto se perguntar a quem é que sai determinado filho mal ele nasça. A quem é igual, o miúdo? Perguntam-nos. E o contentamento cresce à medida que alguém: É igualzinho ao pai!. Se um dia tiver um filho, eu não quero que o meu filho seja igual a mim, que alguém o livre disso. Quero – isso sim – que seja inteligente como a mãe e bonito como a mãe. Agora, igual a mim? Deus o salve que eu não posso.
O mundo anda a imitar-se em demasia e tudo me parece mais igual. A tal ponto, que há já pessoas a imitarem outras, que por sua vez já estão – também elas – a imitar alguém. O próprio mundo deve estar de certezinha a imitar um outro planeta que acabou mal. O que me leva a concluir que todos nós, somos o produto acabado de uma série de imitações e que só alguns conseguimos escapar. A diferença é que há alguns que fazem alguma coisa por ser originais. E outros que nunca passarão de uma reles imitação.
E está dito...
ReplyDeleteNão deve faltar muito para vermos algum alvim-clone a passear-se por aí!
Se é que já não o há.
Nada aí é falácia e concordo a 100%.
ReplyDeleteContudo, nós somos desde que nascemos imitadores, ou não aprenderiamos a falar, a andar, ou qualquer regra social. Está-nos na alma.
É mais fácil, e referindo ao mundo do show business, começar por imitar para ganhar notoriedade, é pena mas é assim, mas de qualquer modo se há muitos que assim começam para vingar também há muitos que uma vez ganhando a preciosa notoriedade começam a produzir eles mesmos a tal originalidade.
E falando de música, acontece com muita frequência, podemos ver os fenómenos Youtube como exemplo.
Abraço ;)
Nada aí é falácia e concordo a 100%.
ReplyDeleteContudo, nós somos desde que nascemos imitadores, ou não aprenderiamos a falar, a andar, ou qualquer regra social. Está-nos na alma.
É mais fácil, e referindo ao mundo do show business, começar por imitar para ganhar notoriedade, é pena mas é assim, mas de qualquer modo se há muitos que assim começam para vingar também há muitos que uma vez ganhando a preciosa notoriedade começam a produzir eles mesmos a tal originalidade.
E falando de música, acontece com muita frequência, podemos ver os fenómenos Youtube como exemplo.
Abraço ;)
http://www.youtube.com/watch?v=hiG9n6n9TCA
ReplyDeletenão podia concordar mais. adorei o texto. boa continuação
ReplyDeletebeijo
busycat
A ideia do imitar alguma coisa muito bem tem vindo a ter muita saida. Sinceramente, não sei a que se deve, mas só demonstra uma enorme falta de ideias e de originalidade. Acho ridiculo a utilização da expressão "é melhro do que o original". Se é o original, é o melhor! É estúpido. Não encontro melhor expressão.
ReplyDeleteO nosso "inicio" como pessoas tem de partir, forçosamente, pela imitação de alguém. Dos pais, do que os miúdos vem na televisão, entre outros, no entanto, isso é apenas a iniciação, as bases para a construção de algo próprio.
Peço desculpa pelo longo comentário, mas quando tenho sono escrevo muito.
Bj,
(i)
Adorei!
ReplyDeleteNão podia ser mais verdade...
Acredito que a originalidade vem de dentro, tal como a criatividade que vem do nosso pensamento alternativo e não da "inspiração" no trabalho dos outros.
MAI'NADA. (tu por exemplos és único)
ReplyDeleteaté tu, que te indignas contra as imitações, imitas o Lenon e a Yoco...
ReplyDeleteestá tudo inventado, somos todos imitadores!
Essa das rádios é bem verdade, uma m****, sempre a levarmos com a mesma musica, por isso aposto nas radios locais, tipo Radar....
Olha, mais ou menos por quanto é que o Rui Rio está a vender o apartamento - podes dizer-me? (ouvi a entrevista que lhe fizeste na prova oral há dias)
ReplyDeleteTu queres é que te imitem.
ReplyDeletePois é, mas sabes qual é o resultado da originalidade hoje em dia? É ser rejeitada por ser diferente.
ReplyDeleteQuanto aos filhos imitarem os pais, não é só os pais, é tudo o que vêem.
Acho que vou largar o meu filho no meio da floresta, a ver se ele começa a imitar as árvores... quietinho e sossegado.