Wednesday, January 16, 2008

Só tu e Eu! O livro infantil de Will Smith.









Há uns meses atrás fui convidado pela quasi edições (http://www.quasi.com.pt/) para prefaciar o livro infantil de Will Smith, que o mesmo, há uns meses atrás editara nos Estados Unidos e cuja tradução surgia agora em Portugal. Quando me perguntaram se aceitava fazer, disse que sim e o resultado é o que se segue. O livro chama-se " Só tu e Eu".





Aqui vai:
Quando cheguei a casa e disse ao meu filho mais velho que havia conhecido o Will Smith em plena Fifth Avenue, o seu olhar de espanto foi tão grande que pensei logo que ele tinha partido alguma coisa e estava a tentar ganhar tempo para me dizer. Por via das dúvidas, apressei-me a verificar a mesa de vidro da sala – Nada! – o Candeeiro que trouxe de Sevilha que custou uma pipa de massa – Intacto – O espelho grande que me deu o meu tio Rodrigo- que Deus o tenha – na esperança que à frente dele, dissesse todos os dias a frase "Serei um bom rapazinho!" - direito, sem um arranhão. E tudo isto, sem nunca dizer a frase.

Adiante. Gosto de cheirar os meus filhos quando chego a casa, abro a porta e grito "Chegou o Papá!" e ainda eles trepam pelas minhas costas como esquilos esfomeados e já eu os cheiro. Ontem, o mais velho cheirava a terra húmida que imediatamente denunciava futebolada à chuva, o do meio tresandava a Old Spice porque ainda não aprendeu a distinguir um after chave de um perfume, e o mais novo, que ainda usa fraldas com abbas protectoras cheirava, bem, é melhor passarmos à frente. Querida, tens aqui uma missão para ti!

Desculpem, onde íamos mesmo? Exactamente! A minha história com Will Smith começa em Agosto do ano passado. Tinha ido de férias só com a minha mulher, porque há dois meses atrás lhe tinha prometido, que se alguma vez deixasse de novo a minha roupa no chão lhe pagaria uma viagem a Nova Iorque, com direito a fazer de mim o seu mordomo pessoal. Perdi. Um par de calças e uns boxers em cima do tapete fizeram-me perceber como deverá ter sido dura a escravidão em séculos anteriores.

Estava eu por isso a transportar alegremente as malas da minha mulher enquanto esta se deliciava a ver as montras, quando se abeirou de mim alguém que se parecia exactamente com o Will Smith, o cabelo do Will Smith, os dentes brancos do W.S. – esta foi só para variar - o sorriso largo do Will Smith e com mil raios era o próprio Will Smith que ao ver-me naqueles preparos me perguntou se a relação entre mim e a minha mulher era sempre assim.

Embora tentado a dizer-lhe que sim na tentativa que este me salvasse daquela tortura, fui no entanto obrigado a contar a verdade – a minha mulher tinha entretanto chegado - admitindo ter perdido a aposta, estar a pagá-la e já agora um autógrafo aqui ao rapaz para eu levar aos miúdos que não vão acreditar.

Will Smith puxou da caneta, tirou da sua mala um bloco de notas e dele arrancou três folhas nas quais personalizou a sua assinatura para cada um dos meus filhos. Depois, disse-me que também tinha um. Que tinha um filho incrível que cismava em construir um castelo no céu e que esta ideia lhe tinha feito escrever um livro que se algum dia chegasse a ser traduzido para Portugal lhe parecia bem que fosse eu a fazer o prefácio.

Esse dia chegou , o prefácio é este, o livro também, mas infelizmente nada do que acabo de escrever é verdadeiro. Não sou casado – peço desculpa - não tenho filhos – perdoem-me por isto - e nunca conheci o Will Smith. Mas esperem, há uma coisa que eu gostava que soubessem. Também eu quando era muito pequeno, sonhava quase todos os dias em construir um castelo no céu. E isto, quer queiramos ou não, é bonito.

14 comments:

  1. Hello. This post is likeable, and your blog is very interesting, congratulations :-). I will add in my blogroll =). If possible gives a last there on my site, it is about the CresceNet, I hope you enjoy. The address is http://www.provedorcrescenet.com . A hug.

    ReplyDelete
  2. Tu és é um… bom… nem sei… estou encanitada!
    Tu consegues surpreender a cada palavra, vírgula…
    Estás cada vez mais a distanciar-te do vulgar… serás de outro planeta e só agora começas a despir as escamas que te protegem deste poluído oxigénio?
    Beijos

    ReplyDelete
  3. Ler o que escreves é quase tão bom como fazer xixi depois de 2 horas a aguentar pinguitos nas cuequitas numa viagem de autocarro Leiria - Albufeira. :) Olha que é muito bom!

    ReplyDelete
  4. Pois eu fui convidado para escrever o prefácio do novo livro do Ron Jeremy "Só tu, eu e um shemale chamado Natacha"...

    ReplyDelete
  5. Muito bom...Melhor ainda, se considerarmos que a tua vida é nada mais, nada menos que o - oposto!

    ReplyDelete
  6. Giro! Também estou "encanitada" ali como a Márcia Vacas (ainda estive uns segundos a tentar decifrar o que seria "encanitada". Pois, encantada).

    ReplyDelete
  7. Eh pá...adorei! :D
    Agora, tenho que confessar que me surpreendeste! :P Não estava à espera de um texto assim...gostei mesmo! Belo prefácio, hein?!

    Estava aqui a pensar que me podias emprestar uns livros (da tua imeeeennnsa colecção!) para eu ler!... Mas estou mesmo a falar a sério!
    Depois peço-te :P


    Beijinhos *

    ReplyDelete
  8. Não sei bem porquê mas gosto de ti... Ser Especial...

    ReplyDelete
  9. Bom texto! Acho que o Will Smith deve ter gostado do teu prefácio.

    ReplyDelete
  10. Eh pá!!!!!!!!!!
    Convenceste-me até ao último parágrafo...O que significa que és um óptimo escritor!...

    Continua assim!...

    ReplyDelete
  11. Muito muito bom...

    ReplyDelete
  12. Óh pahhhhh!!! Tu és uma ganda escritor mas é!! E mai nada que se me puser para aqui a elogiar-te inda choras, queres ver???


    Grande abraço Capitão!
    WWW.SEMGAS.BLOGSPOT.COM

    ReplyDelete
  13. clap clap clap

    e não há nada mais bonito do que sonhar com o nosso castelo no céu

    beijinhos :)

    ReplyDelete
  14. Possas!!! Fiquei assustada... com essa história do casado... vejo-te quase todos os dias na RTP... e sempre pensei que estivesses disponível!

    ps. ainda não tive coragem de te abordar para te pedir um autografo

    ReplyDelete